Está envolta em polémica a assembleia geral (AG) de acionistas da PT SGPS que hoje decide a venda da PT Portugal aos franceses da Altice. A pressão em torno de um adiamento da reunião magna é alta e o próprio presidente da mesa da assembleia geral, que defende a anulação da fusão com a Oi, admite não comparecer. Já a CMVM insiste no facto de a gestão de Mello Franco não ter tornado pública toda a informação relevante ao mercado.
A decisão de Menezes Cordeiro, que só deverá ser tomada perto da hora de início da assembleia geral, é vista como uma forma de pressão sobre os acionistas para que adiem de novo a venda da operadora à Altice.
O entendimento da CMVM é de que cabe aos principais acionistas tomarem uma decisão sobre um adiamento. Ainda assim, o regulador da Bolsa mantém a convicção, mesmo depois de a PT SGPS ter feito uma comunicação, de que não foi prestada toda a informação relevante no investimento de 897 milhões de euros da PT na Rioforte. A Oi decidiu, por isso, enviar o próprio líder executivo, Bayard Gontijo, à reunião.
Em comunicado, a PT diz que enviou à CMVM um projeto de comunicado a 10 de janeiro, com a informação pedida pelo regulador, mas que os dados só foram tornados públicos cinco dias depois. O CM sabe que a informação dada ao regulador era menor do que a que saiu para o mercado, no dia 15. Segundo apurou o CM, há suspeitas de que a PT não esteja a prestar toda a informação sobre o papel da Oi no investimento da Rioforte. Isto numa altura em que a PwC, responsável pela auditoria à operação, assumiu ter tido dificuldades na obtenção de dados e ter sido impedida pela PT de incluir as responsabilidades individuais dos ex-gestores.