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Carlos Costa atira farpas a Vítor Constâncio

Governador do Banco de Portugal depõe no inquérito à Caixa.

28 de julho de 2016 às 16:29

O ex-governador Vítor Constâncio está em Frankfurt, onde integra a administração do Banco Central Europeu (BCE), mas não foi esquecido na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que decorre esta quinta-feira na Assembleia da República. O homem que lhe sucedeu no cargo, Carlos Costa, deixou implícitas críticas ao passado herdado de Constâncio.

carlos costa

 

"O supervisor de hoje enxagua a água vertida do supervisor de trás", afirmo Carlos Costa aos deputados, lembrando que a regulação financeira em Portugal atuou como um pêndulo nos últimos anos, passando do oito ao oitenta.

 

E por ter tido uma atuação mais intrusiva do que Constâncio à frente do Banco de Portugal, Carlos Costa disse que "o zelo do supervisor hoje há-de ser a tranquilidade do que vier a seguir".

 

Costa foi mais longe e deixou o recado: "Espero é que o governador que vem a seguir não adormeça à sombra da bananeira."

 

Já antes a deputada do CDS-PP Cecília Meireles tinha feito uma referência ao atual vice-governador do BCE, Vítor Constâncio. "Ainda hoje muitos dos problemas que afetam a banca portuguesa tem raízes nesse período ", disse a democrata-cristã, adiantando que o que aconteceu ás instituições em Portugal "é bem representativo do falhanço que foi essa supervisão.

Valor da recapitalização da Caixa depende da estratégia do Estado

O governador do Banco de Portugal explicou no Parlamento que o montante de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) - que poderá variar 2 mil e 5 mil milhões de euros - resulta sobretudo do plano de reestruturação que o Governo quer implementar no banco público.

 

"O valor da recapitalização da CGD, que tem sido publicamente referido, está em grande medida relacionado da estratégia de reestruturação que o acionista [Estado] pretende realizar, da ambição que tenha [na implementação do plano] e da rapidez com que o pretenda implementar", afirmou Carlos Costa na comissão parlamentar de inquérito ao banco público.

 

Sem referir valores, o responsável pela supervisão financeira em Portugal acrescentou também que outro fator determinante na avaliação do montante das necessidades de capital depende "depende do ponto de partida do balanço", ou seja, "conforme a situação herdada, o custo da reestruturação varia".

 

Recorde-se que foi várias vezes tornado público que o plano de reestruturação inicialmente apresentado por António Domingues, o futuro presidente da CGD, ao Banco Central Europeu (BCE) previa uma redução de 2500 trabalhadores e 300 balcões, a par do encerramento de boa parte da atividade internacional da instituição.

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