Suspeito bombista preso por burlas
Alípio Martins, que já foi investigado por homicídio, tentou enganar jovens futebolistas. <br/>
Atentados à bomba, Máfia, homicídio, tráfico de droga e armas, burla qualificada, mercenários, futebol. Estas são só algumas das palavras que a polícia vulgarmente associa ao português Alípio Fernandes Martins, de 44 anos, agora detido no Brasil por burlar várias famílias de jovens promessas do futebol. A troco de dinheiro, prometia-lhes arranjar clubes europeus. Quando foi detido, apresentou uma identificação falsa.
Mas o passado deste empresário, natural de Alfândega da Fé, Bragança, é bem mais negro do que um simples conto-do-vigário. É que Alípio – radicado em Espanha há vários anos – foi, para as autoridades espanholas, o principal suspeito de um ataque à bomba, em 2002, que resultou na morte de um casal em Redondela, Vigo. No entanto, nunca chegou a ser formalmente acusado pelo crime.
Pouco tempo depois, o empresário ligado ao ramo dos congelados foi detido em Espanha, dessa vez suspeito e acusado de burlar mais de 200 empresas daquele país. Foi preso com a mulher e um irmão, este último apontado como especialista no manuseamento de explosivos, mas acabaram soltos.
Uma das suas empresas, a Alimar – acrónimo de Alípio Martins –, era, para a polícia, uma fachada para elementos galegos ligados à Camorra e à Cosa Nostra, da Máfia italiana, branquearem dinheiro e traficarem droga e armas. Tanto que a empresa, segundo consta, tinha só um funcionário. Nessa operação, foram detidas 14 pessoas. Apesar da veia criminosa, o sonho de Alípio, apontado como próximo dos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL), era o mundo do futebol. O empresário foi apontado como futuro vice--presidente do Compostela, depois de apresentar garantias financeiras que salvariam o clube (hoje na 2ª divisão B) da falência. Foi-lhe prometido, por cinco anos, direitos federativos do plantel principal e metade das acções, o que nunca se concretizou.
PORMENORES
LIGAÇÕES AOS GAL
Alípio era apontado como próximo dos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL), que combateram, a mando do Estado, a ETA.
'DEMÓNIO À SOLTA'
Alguns rivais de Alípio consideravam-no 'um demónio à solta e sem piedade'.
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