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Acaba o subsídio de reintegração

Os subsídios de reintegração vão acabar para todos os titulares de cargos políticos a partir da entrada em vigor da nova lei que será aprovada quinta-feira em Conselho de Ministros, confirmou ao CM fonte do Gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates.

06 de junho de 2005 às 13:00

Ao eliminar este benefício atribuído à classe política, na qual se incluem membros do Governo, autarcas, governadores civis e, entre outros, os deputados, José Sócrates imprime uma moralização ao sistema e poupa muitos milhões de euros por ano. Só com o subsídio de reintegração dos deputados, o Estado gastou nos últimos 5 anos 3, 5 milhões de euros. Só para este ano foram cativados 1,35 milhões de euros para pagar aos deputados que deixaram o Parlamento.

A nova legislação está a ser preparada no âmbito do plano de acção global para a consolidação orçamental anunciado por José Sócrates no passado dia 25 no Parlamento e aprovado em Conselho de Ministros no passado dia 30 de Maio. Além da extinção do subsídio de reintegração no ‘pacote de moralização’ constam o fim da acumulação de pensões e as pensões vitalícias dos titulares dos cargos políticos

De resto, foi isso mesmo que o próprio primeiro-ministro anunciou anteontem antes do jogo Portugal--Eslováquia no Estádio da Luz: “Vamos acabar com as situações de cálculo de pensões dos titulares de cargos políticos, cujo tempo conta a dobrar. Vamos acabar também com os regimes excepcionais que dizem respeito aos subsídios de reintegração e prestações extraordinárias”.

A nossa fonte garantiu que a nova lei respeitará os direitos adquiridos. Ou seja, só produzirá efeitos a partir do momento da sua entrada em vigor. Assim, os ex-titulares de cargos políticos, como é o caso dos ex-deputados, que pediram o subsídio ser-lhes-á atribuído. Aos que ainda desempenham o cargo ser-lhes-á contado apenas o tempo decorrido até à entrada em vigor da nova legislação.

LEGISLAÇÃO JÁ TEM VINTE ANOS

A legislação que rege a atribuição dos subsídios de reintegração (Lei 4/85) já tem 20 anos e, portanto, o Estado já gastou muitos milhões de euros para apoiar o regresso dos titulares de cargos político à sua actividade profissional de origem.

O subsídio é atribuído a todos os cidadãos que, após o desempenho das funções políticas, têm dificuldade em inserir-se novamente na sua actividade profissional. É uma espécie de compensação de ‘prejuízos’, já que muitos políticos, por exemplo deputados, deixaram os seus empregos e não têm possibilidade de regressar. O subsídio permite-lhes assim ‘aguentar’ mais uns tempos até terem uma nova colocação.

O valor a atribuir a cada deputado é um vencimento – 3524,85 euros – por cada semestre completo de serviço. Uma legislatura completa (quatro anos) renderá ao deputado 28198 euros. Se o deputado só esteve um ano no Parlamento só pode receber duas vezes 3524,85 euros.

Note-se que o subsídio não é atribuído apenas aos deputados mas a todos os titulares de cargos políticos, entre os quais, os autarcas, membros do Governo, governadores civis, etc..

DETALHES SOBRE O SISTEMA

DEPUTADOS

O subsídio de reintegração ainda só foi solicitado este ano por 64 ex-deputados, embora o seu número seja de cerca de cem.

VALORES

Só o Parlamento gastou, nos últimos 5 anos, 3,5 milhões de euros com este regime especial. Para este ano a verba é de 1,35 milhões.

BENEFICIÁRIOS

Deputados, autarcas, membros do Governo, governadores civis, entre outros titulares de cargos políticos, podem usufruir do subsídio de reintegração.

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