"Só lamento que nenhum dos arguidos me tenha mandado uma mensagem ou escrito uma carta a dizer simplesmente: ‘Olhe, lamento aquilo que aconteceu!’", desabafou Tony Carreira, esta segunda-feira, à saída do Tribunal de Santarém, onde foi lida a decisão Instrutória do acidente que vitimou a sua filha, Sara Carreira, em dezembro de 2020.
Visivelmente agastado com a lentidão do processo e com a decisão da Justiça, o cantor afirmou ainda: "Isto vai terminar simplesmente a dizer-se que eu perdi a minha filha, porque nada vai acontecer a ninguém."
Na curta declaração feita aos jornalistas, Tony Carreira voltou também a frisar que não quer "vingar ninguém", a exemplo do que tinha acontecido aquando do debate instrutório.
Dos quatro arguidos pronunciados para ir a julgamento, Paulo Neves, Cristina Branco e Ivo Lucas vão responder por homicídio por negligência, ao passo que Tiago Pacheco, o último condutor a embater no carro da vítima mortal, está acusado apenas do crime de condução perigosa de veículo rodoviário.
Bruno Lopes, o juiz de instrução criminal, promoveu uma alteração importante na acusação do Ministério Público, que considerou "contraditória", ao agravar para homicídio por negligência na forma grosseira as condutas de Ivo Lucas, que conduzia desatento e em excesso de velocidade, e Paulo Neves, que conduzia alcoolizado (1,18 g/l) e abaixo do limite de velocidade numa autoestrada, provocando a primeira colisão.