13 ex-presidentes de Câmaras conseguiram voltar a ser eleitos no domingo
Destaques são Maria das Dores Meira, em Setúbal, Luís Filipe Menezes, em Vila Nova de Gaia, António Miguel Pina, em Faro, e João Azevedo, em Viseu.
Pelo menos 13 antigos presidentes de Câmaras Municipais conseguiram ser eleitos no domingo, enquanto mais de duas dezenas de outros autarcas que já presidiram a municípios foram candidatos derrotados nestas eleições autárquicas.
Os destaques dos vitoriosos mais experientes são Maria das Dores Meira, em Setúbal, Luís Filipe Menezes, em Vila Nova de Gaia, António Miguel Pina, em Faro, e João Azevedo, em Viseu.
Maria das Dores Meira venceu de novo a Câmara de Setúbal pelo movimento SET-V - Setúbal de Volta (que teve o apoio do PSD), retirando à CDU (PCP/PEV) a autarquia onde ela própria foi presidente pelos comunistas entre 2006 e 2021.
Em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), foi o histórico do PSD Luís Filipe Menezes quem venceu: já tinha ganhado nesta autarquia por quatro vezes (1997 -- 2009), sempre com maioria absoluta, e roubou o município gaiense ao PS, afetado pela condenação a perda de mandato do presidente eleito, Eduardo Vítor Rodrigues.
No distrito de Faro, o socialista António Miguel Pina cumpriu três mandatos à frente da Câmara de Olhão e foi conquistar para o PS a Câmara que era dirigida pelo social-democrata Rogério Bacalhau, impedido de se recandidatar.
Em Viseu, João Azevedo, autarca socialista eleito três vezes em Mangualde, tentou a capital de distrito em 2021, mas perdeu para o histórico autarca viseense (entre 1989 e 2013 e agora entre 2021 e 2025) Fernando Ruas. À segunda tentativa, conseguiu agora bater o social-democrata, conquistando para o PS uma Câmara tradicionalmente laranja.
Quatro autarcas com currículo na CDU também voltaram a ser eleitos. Carlos Pinto de Sá, que estava no limite de mandatos em Évora (2013-2025), voltou a ganhar em Montemor-o-Novo (no mesmo distrito), que já tinha dirigido de 1994 até às autárquicas de 2013.
Luís Simão, que deixou a Câmara de Mora (também em Évora) em 2021 devido à limitação de mandatos, recuperou este bastião da CDU, depois de um mandato socialista.
No distrito de Setúbal, Álvaro Beijinha, que chegou ao fim dos mandatos permitidos em Santiago do Cacém, ganhou Sines, que era PS, para os comunistas, e em Avis (Portalegre) Manuel Coelho, antigo presidente entre 2000 e 2013, também manteve este bastião comunista.
Entre os socialistas que reconquistaram Câmaras está Miguel Rasquinho, antigo presidente de Monforte (2009-2013), que roubou agora a Câmara do distrito de Portalegre à CDU.
Em Castelo Branco, uma divergência entre socialistas deu a Câmara de Belmonte ao Nós, Cidadãos!: a vitória foi de António Beites Soares, que chegou ao limite de mandatos em Penamacor e decidiu candidatar-se à vizinha Câmara socialista de Belmonte. O PS tinha escolhido apoiar Vítor Pereira, também no limite de mandatos, mas na Câmara da Covilhã.
Venceram também os antigos autarcas sociais-democratas João Marques (ex-presidente eleito entre 1997 e 2009) em Pedrógão Grande (Leiria); Rui Cruz, que foi presidente da Câmara de Vagos (Aveiro) de 2001 a 2013; e Rui Marques Luís, presidente da Câmara de Ponta do Sol (Madeira) durante três mandatos, até a perder para a socialista Célia Pessegueiro em 2021, de quem agora a recuperou para o PSD.
Como exemplos de autarcas socialistas que não venceram estão o ex-presidente de Aveiro Alberto Souto de Miranda (1998 - 2005), que perdeu as eleições para o seu irmão Luís, candidato de uma coligação social-democrata.
Pedro Ribeiro, com três mandatos cumpridos na Câmara de Almeirim (Santarém) e presidente dos autarcas PS, também não foi eleito, assim como José Manuel Ribeiro (PS), que finalizava três mandatos em Valongo, mas não conseguiu mudar para a Câmara da Maia.
Vassalo Abreu (PS) não conseguiu voltar a presidir a Ponte da Barca (Viana do Castelo) e o ex-presidente socialista Francisco Orelha também não conseguiu a presidência de Cuba (Beja).
Entre os comunistas que não conseguiram ser eleitos estão nomes como Vítor Proença (CDU), que chegou ao limite de mandatos em Alcácer do Sal e queria voltar a Santiago do Cacém, onde já tinha cumprido três mandatos consecutivos.
Também o comunista Mário Pereira não conseguiu reconquistar Alpiarça (Santarém), nem o ex-presidente de Cuba João Português (CDU) foi eleito em Ferreira do Alentejo, onde se candidatou desta vez, ou Paulo Neto (CDU) voltou a ser presidente de Mértola, em Beja.
No mesmo distrito, em Serpa, o antigo presidente da Câmara comunista durante mais de 30 anos, João Rocha, como não teve o apoio da coligação, candidatou-se por um movimento independente. Perdeu as eleições e pode ter causado a dispersão de votos que contribuiu para que a CDU perdesse este bastião comunista.
Entre os pelo menos 20 autarcas não eleitos estão os ex-presidentes das Câmaras do Porto Nuno Cardoso, de Coruche (Santarém) Dionísio Mendes, de Lamego (Viseu) José António Santos e de Vila Nova de Paiva (Viseu) José Morgado.
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