BE critica falta de visão estratégica da Câmara de Évora

Atual executivo municipal é composto por dois eleitos da CDU, dois do PS, dois do PSD e um do MCE, mas a mesa da assembleia municipal está nas 'mãos' dos socialistas.

08 de outubro de 2025 às 17:45
Votos Foto: Pedro Catarino
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O candidato do BE à Câmara de Évora, Pedro Ferreira, criticou esta quarta-feira a ausência de visão estratégica da gestão CDU para responder a problemas de empresas como a aeronáutica Aernnova, que transporta diariamente trabalhadores de Setúbal.

Após uma reunião à tarde com responsáveis da empresa espanhola, que adquiriu, em 2022, as duas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer, no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, a comitiva do Bloco de Esquerda (BE) admitiu ter saído preocupada deste encontro.

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Com um total de cerca de 900 funcionários, a empresa informou "que lamenta não ter mais trabalhadores do concelho e da região", disse Pedro Ferreira, destacando que a Aernnova referiu que tem de "ir buscar trabalhadores a Setúbal".

"Vem um autocarro cheio de trabalhadores de Setúbal, porque não consegue formar trabalhadores no nosso concelho, com recurso ao IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional]", disse.

A empresa até "tem um protocolo" com o IEFP e paga a formação, "mas os trabalhadores estão no IEFP a terem essa formação para depois serem novamente recolocados na Aernnova", indicou Pedro Ferreira.

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Outro dos problemas abordado foi o da habitação, porque, "para a fábrica crescer, os trabalhadores têm que ter onde morar", de acordo com o BE.

"Não é comportável termos trabalhadores a vir de Setúbal, de Lisboa, de vários locais do país para trabalharem numa fábrica que quer contratar mais de 200 trabalhadores", afirmou, realçando que tal implica que existam 200 habitações disponíveis.

Só que "o que está proposto ou o que foi proposto nos últimos anos, e no cumprimento do Plano Local de Habitação, não responde a esta necessidade de uma empresa" que, quando crescer, vai andar "taco a taco" com a Câmara de Évora como "a maior empregadora do distrito", argumentou.

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"Isto é preocupante, porque vemos que houve aqui uma visão estratégica do município que não responde às necessidades do concelho", criticou, defendendo que a habitação "tem de ser vista a longo prazo".

Outra matéria que o BE disse ter abordado com a Aernnova prende-se com a "demora na resolução dos problemas de licenciamento" pela autarquia, por exemplo para a empresa instalar um conjunto de painéis solares.

E, no caso desta empresa que fabrica material aeronáutico para exportação, nomeadamente para a Embraer, acessibilidades, necessidade de transporte ferroviário e plataforma logística são algumas das prioridades.

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A empresa "necessita de uma plataforma logística e da ferrovia" e enfrenta obstáculos para "carregar uma asa de 20 metros num camião [que] não pode passar ali naquela estrada que nós temos de saída da zona industrial", criticou, realçando que estas peças têm de ir de comboio e, a seguir, de navio.

Concorrem também à Câmara de Évora João Oliveira (CDU), Carlos Zorrinho (PS), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/PPM), Florbela Fernandes (Movimento Cuidar de Évora), Ruben Miguéis (Chega) e Fábio Cabaço (Iniciativa Liberal).

O atual executivo municipal, liderado por Carlos Pinto de Sá (CDU), é composto por dois eleitos da CDU, dois do PS, dois do PSD e um do MCE, mas a mesa da assembleia municipal está nas 'mãos' dos socialistas.

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As eleições autárquicas realizam-se no domingo.

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