Livre assume ambição de "governar" na cidade do Porto
"A nossa ambição é ser parte da solução de Governo", referiu Hélder Sousa.
O cabeça de lista do Livre à Câmara do Porto, Hélder Sousa, disse esta quinta-feira que o partido tem a "ambição de ser parte da solução de governo" na cidade, em que pretendem eleger dois vereadores.
"A nossa ambição é ser parte da solução de Governo. Estou confiante de que daqui por oito dias estaremos a disputar o terceiro lugar e a deixar para trás o partido da extrema-direita", referindo-se ao Chega, declarou Hélder Sousa.
O programador cultural comentava as sondagens que dão o Livre como a quarta força política da cidade, em que pretende conseguir entrar no executivo pela primeira vez, e estes exercícios "animam, claro", para o que falta da campanha.
Sem "convergência à esquerda" com Bloco de Esquerda e CDU, que "não foi possível", a ambição da lista passa para eleger "dois vereadores e fazer parte da solução de governo", mostrando-se disponível para conversar com todos os partidos de esquerda para essa solução.
O candidato falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma zona entre as freguesias do Bonfim e de Campanhã, que arrancou na Rua Barão de Nova Sintra, junto ao Parque das Águas, para olhar para "os novos desenvolvimentos que a zona tem sofrido".
"É uma zona de quintas, históricas, com muita biodiversidade. (...) Estamos agora a confrontar-nos com a nova cidade que está a nascer na encosta do Douro. É uma cidade marcada pela especulação, cedida ao grande imobiliário, de luxo. Esta era uma zona com duas grandes potencialidades, uma enquanto reserva da natureza, muito próxima das Águas, e outra pelos terrenos livres urbanizáveis onde podíamos construir casas para as pessoas viverem, fora do mercado especulativo", notou.
O candidato registou ali uma zona a caminho de ser "gentrificada", junto a Campanhã, dos últimos postos na cidade "em que se pode pensar um Porto para o século XXI, para as próximas gerações, combinando mobilidade, espaços verdes e habitação", lamentou.
Questionado sobre as declarações de Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL) sobre a segurança na cidade, lamentou "que alguém que se diz social-democrata tenha esse discurso", e contrapôs que a "segurança habitacional, das mulheres que todos os dias sofrem de violência doméstica e a segurança rodoviária" é que são prioridades dos portugueses que ouve na rua.
"As pessoas preocupam-se com melhores transportes públicos, habitação acessível e o espaço público que frequentam todos os dias", declarou.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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