PS acredita que pode vencer Câmara do Funchal perdida em 2021
Rui Caetano disse estar confiante, apontando que tem estado em pré-campanha "já há muito tempo" e que a aceitação das propostas e das ideias socialistas "tem sido muito positiva".
O candidato do PS à Câmara do Funchal disse esta quarta-feira acreditar que pode vencer a corrida à liderança da autarquia em 12 de outubro, recuperando a presidência do principal município da Madeira, que perdeu para o PSD/CDS-PP em 2021.
Rui Caetano disse estar confiante, apontando que tem estado em pré-campanha "já há muito tempo" e que a aceitação das propostas e das ideias socialistas "tem sido muito positiva".
"E eu acredito, sinceramente, que nós podemos ganhar a Câmara Municipal do Funchal a 12 de outubro", afirmou à agência Lusa, na Praia Formosa, a maior do concelho, onde o partido esteve hoje a fazer campanha e quis alertar para os projetos imobiliários de luxo previstos para aquela zona.
Nas últimas eleições autárquicas, a coligação PSD/CDS-PP venceu a Câmara do Funchal, com seis eleitos, enquanto a coligação liderada pelo PS, que detinha a autarquia desde 2013, elegeu cinco vereadores.
Rui Caetano referiu que a anterior vereação, liderada pelo PS, tinha preparado um plano de pormenor para a Praia Formosa, "que defendia o interesse público, e esta Câmara Municipal deitou esse plano no lixo e avançou com uma unidade de execução à pressa, sem estudos de impacto ambiental, de impacto paisagístico, de impacto geológico".
O também deputado no parlamento madeirense acrescentou que os projetos imobiliários previstos, promovidos por grandes grupos económicos, não serão "para os funchalenses, são habitação que vai custar normalmente um milhão de euros, dois milhões de euros".
"E todos nós também sabemos que o grande objetivo é mais alojamento local que se pretende implantar na nossa cidade", apontou, assegurando que o PS não permitirá "que o alojamento local continue a invadir os prédios de habitação".
Rui Caetano garantiu que fará "tudo o que é possível, do ponto de vista legal, para travar a invasão da Praia Formosa" e indicou que proporá que uma percentagem das habitações seja a custos acessíveis para a população, "como forma de contrapartida com o erário público".
O candidato, que já foi vereador na Câmara do Funchal (eleito em 2009), disse ainda que há um acórdão do tribunal, na sequência de uma providência cautelar, que não inviabiliza os projetos, mas que coloca "várias dúvidas".
"Naturalmente que nós vamos explorar tudo aquilo que está nesse acórdão para fazer com que os direitos dos funchalenses sejam salvaguardados", vincou.
"Como presidente da Câmara, garanto que nós não vamos permitir que a cidade seja vendida a retalho. [...] Nós vamos fazer tudo o que a lei permite para tentar travar a especulação imobiliária que se pretende fazer aqui, destruindo a paisagem, a beleza paisagística, a qualidade do ambiente, os acessos ao mar", reforçou.
A Câmara anunciou, em 26 de outubro de 2023, a aprovação do contrato de execução de dois projetos imobiliários na Praia Formosa, uma das mais populares da Madeira, salientando que os promotores cedem 38 mil metros quadrados de terreno para jardim público.
O PS tem representação na Assembleia Municipal do Funchal com oito deputados, eleitos pela coligação PS/BE/PAN/MPT/PDR, que se separou após as autárquicas de 2021. A coligação PSD/CDS-PP também assegurou a maioria absoluta neste órgão.
Os socialistas já não se candidatavam sozinhos à Câmara do Funchal desde 2009. Em 2013 e 2017 venceram as eleições autárquicas no Funchal integrados em coligações com vários partidos.
Nestas eleições autárquicas, candidatam-se à Câmara do Funchal Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Marta Sofia (Livre), Luís Filipe Santos (Chega), Rui Caetano (PS), Miguel Pita (ADN), Fátima Aveiro (JPP), Raquel Coelho (PTP), Válter Rodrigues (MPT), Jorge Carvalho (coligação PSD/CDS-PP), Ricardo Lume (CDU -- coligação PCP/PEV), Sara Jardim (IL), Liana Reis (RIR) e Dina Letra (BE).
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