Raimundo reconhece "resultado negativo" da CDU com "elementos de resistência"

"Apesar de ser, "em geral, negativo", o resultado da CDU, tem também "elementos de resistência", designadamente a conquista de maiorias em 11 municípios", disse.

13 de outubro de 2025 às 00:50
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O secretário-geral do PCP reconheceu hoje que o resultado da CDU nas eleições autárquicas foi negativo e a coligação ambicionava mais, mas considerou haver "elementos de resistência", como a conquista de quatro novas autarquias.

"Os resultados apontam para uma redução da expressão eleitoral da CDU, seja da sua votação, seja dos seus mandatos, seja do número de municípios em que é força maioritária. É um resultado negativo", afirmou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas num hotel em Lisboa, onde decorreu a noite eleitoral da CDU.

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O secretário-geral do PCP considerou que o resultado "não traduz o reconhecimento do percurso, do trabalho e intervenção" dos eleitos da CDU nas autarquias e "condicionará negativamente as condições para ser assegurada uma gestão de acordo com os interesses das populações".

No entanto, Paulo Raimundo considerou que, apesar de ser, "em geral, negativo", o resultado da CDU, tem também "elementos de resistência", designadamente a conquista de maiorias em 11 municípios - que Raimundo viria a corrigir para 12 no final das declarações aos jornalistas, com a conquista de Palmela -, entre as quais quatro novas autarquias: Mora, Sines, Montemor-o-Novo e Aljustrel.

São "novas conquistas, desmentindo assim os muito vaticínios sobre o inevitável sentido de perda da CDU e confirmando as reais possibilidades de avançar e reconquistar autarquias onde se conheceu agora um desfecho negativo", disse.

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O secretário-geral do PCP considerou que, para o resultado da CDU, "concorreram negativamente o peso de fatores nacionais, em particular a dinâmica que tende a desvalorizar a dimensão e a natureza local das eleições", além da "deliberada confusão" entre as responsabilidades do poder local e central.

Por outro lado, Paulo Raimundo considerou também ter afetado negativamente o resultado da CDU o facto de haver uma maior dispersão de forças políticas, "algumas das quais sem qualquer percurso ou vinculação autárquica, mas beneficiárias de uma ampla promoção", além da "valorização mediática de forças e concessões reacionárias", numa alusão ao Chega.

Paulo Raimundo abordou ainda o facto de, em 11 municípios, os atuais autarcas não se poderem recandidatar nestas autárquicas, por atingirem o limite de três mandatos consecutivos, reconhecendo que isso também "acabou por ter, em alguns casos, dificuldades impostas a uma gestão mais afirmativa do que é o projeto da CDU".

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Questionado sobre o que é que explica o facto de a CDU ter perdido várias câmaras, Paulo Raimundo salientou que há "dinâmicas muito concretas" em cada um dos municípios, dando os exemplos de Santiago do Cacém, onde a coligação perdeu por 93 votos, ou de Moura, que não conseguiu conquistar Moura por 63.

"Aquelas que perdemos agora, estamos apostados em rapidamente reconquistá-las para servir o povo, que é para isso que cá estamos. O resto logo se vê", disse.

No entanto, o secretário-geral do PCP considerou que o resultado desta noite mostrou, "por A mais B, que as percas não são inevitáveis para sempre", referindo-se às conquistas de Mora, Sines, Montemor-o-Novo e Aljustrel, considerando ter sido derrotado este noite "o mito" de que a CDU estava "numa perda irreversível, quer de votos, quer de maiorias autárquicas".

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Paulo Raimundo frisou ainda que houve "uma evolução da votação" da CDU a nível nacional quando comparado com o das eleições legislativas de maio.

"Estamos profundamente satisfeitos com os resultados? Não. Gostaríamos de mais? Gostaríamos, e achávamos que as populações precisavam de mais força da nossa parte. É isto que temos, é com isto que lá vamos", afirmou.

Sobre o resultado do Chega, Paulo Raimundo afirmou que, "quem andou a propagar durante estes meses todos que o Chega ia ganhar 60 câmaras, agora devia enrolar um bocado a corda e tirar as conclusões da promoção que fez durante todo este tempo".

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