Rui Tavares rejeita que Livre vá sofrer de "abraço de urso" do PS e pede "voto responsável"
Rui Tavares deslocou-se até Lisboa para a tradicional "pedalada" do partido, um passeio de bicicleta que percorreu as freguesias do Areeiro, Alvalade e Avenidas Novas.
O porta-voz do Livre rejeitou esta quinta-feira que o seu partido possa ser vítima de um "abraço de urso" do PS ao coligar-se com os socialistas nas suas maiores apostas nas autárquicas, apelando ao "voto responsável" no domingo.
Depois de ter passado a manhã no distrito de Setúbal, Tavares deslocou-se até Lisboa para a já tradicional "pedalada" do partido, um passeio de bicicleta que percorreu as freguesias do Areeiro, Alvalade e Avenidas Novas.
Nestas três freguesias, os cabeças de lista da coligação "Viver Lisboa", que junta PS, Livre, BE e PAN no apoio a Alexandra Leitão à Câmara Municipal, são do Livre: Joana Alves Pereira no Areeiro, Francisco Costa em Alvalade e Laura Cassandra nas Avenidas Novas.
Rui Tavares foi interrogado sobre se o Livre não estará demasiado dependente do PS para ter bons resultados na noite eleitoral de domingo, uma vez que faz as suas maiores apostas em autarquias onde são cabeças de lista três antigas ministras socialistas: Alexandra Leitão, Ana Mendes Godinho (Sintra) e Ana Abrunhosa (Coimbra).
"Nunca tal coisa temi, nem vou temer. Isso faz parte daqueles mitos da política de que eu ouço falar há muitos anos e que o Livre nasceu para demonstrar que são tigres de papel. «Ah, não se coliguem com partidos maiores porque lhes dão o abraço de urso». O Livre já esteve em coligações e, na verdade, até recomeçou a sua caminhada para voltar ao parlamento dessa forma, tem crescido", argumentou.
Tavares rejeitou também contradições no que toca a apelos ao voto útil, apelando ao "voto responsável".
"O Livre nunca teve medo de fazer nenhuma discussão sobre o voto útil porque estamos à vontade para falar dele. Quando estamos em coligação sabemos que o voto responsável, não tanto o voto útil, mas o voto responsável, é na coligação na qual nós pusemos o selo de qualidade que é ter a papoila no boletim de voto", sublinhou.
O deputado considerou que os eleitores sabem distinguir realidades e perceber quando é que o Livre apostou em coligações ou quando decidiu ir sozinho.
"Não tenho medo nenhum nem de abraços de urso, nem de voto útil, porque quando a gente toma as decisões com sentido de responsabilidade, os nossos concidadãos percebem muito bem isso", assinalou.
Tavares afirmou ainda que Sintra, Coimbra e Lisboa, são autarquias que o partido quer ganhar, e apelou para que a esquerda se volte a mobilizar após as últimas eleições legislativas.
"O nosso papel não é de estarmos acantonados, não é de estarmos a viver permanentemente no 18 de maio deste ano, estas são outras eleições, é preciso começar a dar a volta a isto e nós queremos que as pessoas vejam que o Livre é decisivo para dar a volta a isto", afirmou.
Antes de ir até Lisboa, o porta-voz do Livre Rui Tavares esteve no Montijo, com a candidata à Câmara Alexandra Nascimento, e em Setúbal, para apoiar outra candidatura autónoma do partido, protagonizada por André Dias.
Em Setúbal, Tavares pediu que os portugueses votem em "pessoas boas" e em quem "gostavam de ter como vizinho", apelando para que quem se sente frustrado não canalize o seu voto para partidos como o Chega.
"Quando, agora, no dia 12, formos eleger autarcas, procuremos eleger pessoas que são aquele tipo de pessoas que nós gostaríamos de ter como vizinhos, aquelas pessoas que vêm resolver um problema, aquelas pessoas que vêm dar voz, que vêm trazer uma boa solução", apelou.
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