Se eleito, candidato pelo PS vai propor ao Estado a transferência da gestão da Cadeia da Relação para o município.
O cabeça de lista do Partido Socialista (PS) à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, apresentou esta quarta-feira uma "nova visão" para a cultura no Porto, propondo-se a aproveitar o positivo dos últimos 12 anos para entrar numa "nova fase".
Tendo valorizado os últimos 12 anos de governação municipal, às mãos do independente Rui Moreira, nos primeiros quatro em parceria com Pizarro, o candidato propõe agora "uma nova fase, uma nova visão", com "menor esforço de programação por parte do município e maior espaço para os criadores independentes".
"A programação envolve sempre um certo condicionamento, uma leitura, e queremos que a leitura da cultura seja mais criativa, independente, e dê espaço à cultura e contracultura. Também é seu papel questionar a nossa visão da cidade e do mundo", declarou.
Numa ação de campanha no Maus Hábitos, um espaço independente que inclui galeria, sala de concertos, performance, um bar e restaurante, Pizarro falou aos jornalistas ladeado por Jorge Sobrado, "candidato a vereador da cultura" dos socialistas.
Sobrado, que dirigiu o Museu e Bibliotecas do Porto entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2024, apresentou a visão para a cultura da candidatura, assente em "12 compromissos + 1", fazendo com que o tecido cultural "seja ele mesmo o próprio programador do Porto".
"O município deve ser um suporte, um pilar, mas não deve ser um 'hiperprogramador'. Deve ser alguém que cria e abre os espaços para que os artistas, as estruturas artísticas, o tecido cultural possa programar e criar livremente", atirou.
Entre as propostas concretas, lançou o já anunciado projeto de reabilitação do Palácio de São João Novo, como "núcleo central do Museu do Porto", a criação do Campus Manuela de Melo, para complementar o já existente Campus Paulo Cunha e Silva, e a aposta em redes "descentralizadas" de centros de criação e programação artística.
A expansão da Biblioteca Errante, a reabilitação da antiga Casa da Câmara, a criação de um Festival da Palavra do Porto, a proteção do ecossistema musical em torno do centro comercial Stop e a criação do Museu da Indústria são outras das propostas.
Se eleito, Pizarro proporá ao Estado a transferência da gestão da Cadeia da Relação para o município, adotando o Governo uma nova orgânica institucional do Centro Português de Fotografia, ali instalado.
Também em cima da mesa está a expansão das linhas de financiamento, "anuais e plurianuais", estabelecidas pela câmara, com um "programa robusto e mais integrado" para apoiar projetos independentes, sejam eles consolidados ou emergentes, para criação, coprodução, mediação, programação e internacionalização, com o programa Porto Independente.
Questionado sobre se este financiamento reduziria a dependência das estruturas dos concursos da Direção-Geral das Artes, Manuel Pizarro rejeitou "qualquer menorização do ecossistema cultural" portuense nesse contexto nacional, criticando "critérios geográficos bastante opacos" que englobam todo o Norte, enquanto a sul é considerada como região a Área Metropolitana de Lisboa.
"Ao criarmos mecanismos de apoio de natureza anual ou plurianual, isso facilitará a vida dos criadores, mas também as condições com que concorrem [à DGArtes]", notou o ex-ministro da Saúde.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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