Filho de jornalista, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esteve na ‘Redação Aberta’ do CM e recordou as 75 crónicas que escreveu para o jornal enquanto era Comissário Europeu.
Na altura, revelou, escolheu escrever para o CM porque é um "jornal que está próximo das pessoas" e era "a melhor maneira de explicar a Europa" aos portugueses. "O CM é lido por todos", destacou o autarca.
Carlos Moedas teceu vários elogios ao diário generalista da Cofina e destacou: "O Correio da Manhã não tem medo do poder, e isso é muito bom".
Ao lado de Carlos Moedas no painel, moderado pelo jornalista João Ferreira, esteve a administradora da Cofina Ana Dias, que falou sobre a sustentabilidade dos meios de comunicação social e sobre a falta de regulação das gigantes tecnológicas e agregadores, que distribuem as notícias sem pagar por elas.
"Estes motores de agregação nem pagam impostos localmente", sublinhou Ana Dias.
Moedas destacou o avanço que tem havido sobre o tema na União Europeia, mas que ainda há um caminho que tem de ser percorrido.
Ana Dias falou ainda da "revolução" em curso no grupo Cofina, que está a reforçar a aposta na área do digital.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participou num painel ao lado de Paulo Fernandes, presidente do grupo Cofina, e Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Cofina, moderado pelo jornalista José Carlos Castro.
A primeira intervenção coube a Paulo Fernandes, que destacou que "o grupo Cofina está saudável, está forte, porque tem uma equipa de direção de grande qualidade e colaboradores com uma dedicação que se vê na qualidade dos conteúdos que são produzidos".
Questionado sobre os próximos dez anos da Cofina, Paulo Fernandes disse que o seu horizonte é sempre o de fazer o melhor no próximo ano. "Temos uma excelente equipa e desde que esse espírito se mantenha, a Cofina vai adaptar-se às mudanças e sobreviver. Temos que estar muito atentos e disponíveis para mudar, quem parar vai morrer", asseverou.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por saudar o Correio da Manhã pelo 44.º aniversário e destacar que o surgimento do jornal foi "um momento de viragem na sociedade portuguesa": "Quando o Correio da Manhã nasceu estava-se no período de transição para a democracia".
Já sobre o surgimento da CMTV, o presidente da República destacou que trouxe "um novo tipo de linguagem para a televisão", com mais ritmo, mas sempre com reportagens locais e com a proximidade ao "País real" que já norteava a edição em papel do jornal.
Marcelo confessou mesmo que, no início, achou que "era uma aventura um jornal diário ir concorrer com canais que já existiam".
Os problemas económicos e financeiros enfrentados pela comunicação social também estiveram em cima da mesa e o presidente da República recordou os apoios dados no período da pandemia, destacando que é preciso alguma "criatividade" para que o Governo possa apoiar os média.
"Percebo a alergia dos governos em aceitar que haja até uma secretaria de Estado para a Comunicação Social, mas temo que isso possa ter custos, quando olharmos daqui a uns anos", disse Marcelo, sublinhando que alguns órgãos de comunicação já começaram a perder relevância social e alertando para o facto de que outros podem seguir o mesmo caminho.
O diretor geral editorial da Cofina, Carlos Rodrigues, sublinhou qual é a posição da empresa face a subsídios: "Nós não queremos ser subsidiados, queremos fazer um jornalismo que não depende de subsídios". Contudo, Carlos Rodrigues salientou que é preciso que existam outras formas de fazer com que os jornais cheguem aos leitores, nomeadamente na área da distribuição.
Carlos Rodrigues afirmou que cada vez é mais difícil fazer com que os jornais sejam distribuídos em determinadas zonas do país, "um fator altamente gravoso para a democracia e coesão social".
Questionado sobre as manchetes do Correio da Manhã que têm abalado o sistema político, como o caso de Alexandra Reis e da indemnização de 500 mil euros da TAP, Marcelo disse que "primeiro vê o que significam", depois "como trataria" o tema e, por fim, lê o texto e avalia quais as reações que vai gerar "ao longo do dia, dos dias seguintes".
Octávio Ribeiro, ex-diretor geral editorial da Cofina, e Luís Santana, administrador da Cofina há 40 anos, recordaram o percurso do Correio da Manhã até chegar à liderança e a aposta na criação de um canal de televisão. Octávio Ribeiro, considerado o ‘pai da CMTV’, explicou como foi feita a passagem do papel para a televisão e como foi transformar uma redação vocacionada para escrever para passar a aparecer também no pequeno ecrã.
Luís Santana recordou como encarou a ideia de se criar uma televisão: "Vindo do Octávio, comprei logo a ideia".
Ambos explicaram o sucesso de vendas do CM e como foi passar o ADN do jornal para a televisão.
"Este grupo está condenado a liderar, é o seu desígnio, porque os portugueses confiam no trabalho que aqui se faz", disse Octávio Ribeiro, saudando o trabalho que continua a ser feito pelas novas gerações que hoje em dia integram a redação do CM e da CMTV.
"A determinação e vontade de fazer notícias mantém-se incólume", sublinhou Luís Santana, há quatro décadas no grupo Cofina.
Octávio Ribeiro, ex-diretor geral editorial da Cofina, regressou à redação do Correio da Manhã e CMTV para recordar o momento do nascimento da CMTV.
O ex-diretor foi surpreendido pelo atual diretor-geral editorial da Cofina, Carlos Rodrigues, que lhe ofereceu a primeira página do CM do dia 17 de março de 2013, dia do nascimento da CMTV.
"O Octávio Ribeiro é o grande responsável por estarmos aqui", sublinhou Carlos Rodrigues.
A iniciativa 'CM44 - Gente que faz mais pelo País' foi apresentada pelo comissário do 44.º aniversário do Correio da Manhã e diretor-geral editorial adjunto, Eduardo Dâmaso, por Isabel Rodrigues, diretora Geral de Marketing e Desenvolvimento Digital da Cofina, e pelos investigadores do ISCTE Carolina Cardoso e Moisés Rosa.
"Gente que faz mais pelo país" tem como objetivo mostrar o trabalho da sociedade civil e instituições, por todo o País, que empenham o seu tempo em prol de uma sociedade mais justa e sustentável.
Isabel Rodrigues explicou como surgiu esta ideia e como arrancou esta iniciativa focada em dar a conhecer projetos "feitos por pessoas que dão o seu tempo para fazer bem aos outros".
Os investigadores do ISCTE Carolina Cardoso e Moisés Rosa foram desafiados a integrar a iniciativa, mapeando e identificando onde estão estes projetos, de Norte a Sul do País.
"Todas as semanas apresentaremos no jornal, site e na televisão um caso dos 44 que vamos dar a conhecer durante o próximo ano, construindo esta rede de colaboração entre projetos", explicou Isabel Rodrigues.
Ao dar visibilidade a estes projetos, o objetivo é que sejam criadas redes que lhes permitam ter ainda mais impacto na socidade.
Isabel Rodrigues destacou que este é "um trabalho em construção" e que as entidades que se queiram candidatar podem fazê-lo através do site da iniciativa.
Os repórteres Alfredo Leite e Pedro Mourinho partilharam com os leitores a experiência de reportagem em cenários de guerra. Os dois jornalistas regressaram recentemente da Ucrânia, onde estiveram a fazer cobertura do conflito para o Correio da Manhã e CMTV.
"A primeira vítima de uma guerra é a verdade", começou por dizer Pedro Mourinho.
Os jornalistas explicaram as dificuldades sentidas no terreno e Alfredo Leite salientou, por exemplo, que só conseguiu ir a Bucha, uma das cidades mais fustigadas pelas tropas russas, quando "quando a Ucrânia quis".
"As tropas ucranianas não queriam que mostrássemos os equipamentos que se estavam a usar. Temos regras que estamos informados que devemos cumprir", destacou.
Questionados sobre o uso e disseminação de informação nas redes sociais, Alfredo Leite, que já cobriu vários conflitos, entre eles a Guerra do Golfo, sublinhou que as redes sociais introduziram uma grande mudança na forma como se cobre um conflito.
"A diferença desse tempo é precisamente a utilização de redes em cenário de guerra, a forma como a propaganda usa as redes sociais", disse o repórter.
Os leitores colocaram questões aos dois repórteres, nomeadamente sobre a preparação para ir para um cenário de guerra e sobre as proteções usadas no terreno.
"Não é o colete que nos vai salvar, mas pode ajudar", disse Alfredo Leite. Pedro Mourinho mostrou aos leitores o colete de proteção e o capacete levados para a Ucrânia e explicou a forma como estes são usados, assim como a importância da escolha das cores da indumentária num cenário de guerra, que nunca se devem confundir com cores usados por militares.
Sobre o uso da palavra ‘Press’ nos coletes e a sua importância para a segurança dos repórteres de guerra, Alfredo Leite foi taxativo: "Não é a palavra ‘Press’ que nos protege".
Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, que colaborou com vários órgãos de comunicação social, recordou que visitou uma redação quando estava a terminar o ensino secundário e sublinhou a importância desta iniciativa do Correio da Manhã e da CMTV.
"Acho muito interessante esta ideia de mostrar como é o quotidiano de uma redação", disse o ministro, destacando que há "algum desconhecimento do quotidiano e ritmos de uma redação".
Armando Esteves Pereira, diretor-geral editorial adjunto, questionou o ministro sobre a possibilidade de apoios específicos aos média, nomeadamente na área da distribuição, mas Adão e Silva disse não ter a certeza de que este tipo de apoios específicos tragam "maior racionalidade e eficiência", sublinhando que nesta área existem problemas "em toda a cadeia".
O ministro destacou ainda os desafios que a pandemia trouxe à área dos média e sublinhou que a "viabilidade do negócio da comunicação social implica inovação". Os "constrangimentos materiais" também foram referidos pelo ministro, que destacou que é preciso garantir essas condições para "garantir liberdade e autonomia".
Adão e Silva não se comprometeu com quaisquer apoios em específico do Governo à área dos média, apesar de questionado mais do que uma vez sobre o tema. Mas avançou que o ministério vai "iniciar um plano nacional de literacia mediática para aproximar os mais jovens do consumo da comunicação social".
Paulo João Santos, diretor executivo do Correio da Manhã, e Rogério Chambel, editor adjunto da secção sociedade, estão há 31 anos no jornal e explicaram a um grupo de estudantes como é produzido o jornal e quais os desafios que enfrentaram ao longo destas três décadas.
Rogério Chambel sublinhou que no Correio da Manhã "damos voz às pessoas" e que este é "um jornal de proximidade, em que as pessoas confiam".
Paulo Sousa e João Aleixo, da área comercial e do marketing, explicaram a importância destas áreas para a imprensa e Florbela Garcia e João Almeida, das áreas da produção e distribuição, detalharam aos estudantes e leitores presentes na redação como funciona o fecho do jornal, a ida para a gráfica e como os imprevistos obrigam a alterações ao planeado.
"Há acontecimentos que conseguimos prever e em que temos algumas horas para preparar o que se vai passar. Há outros, como as cheias, que são impossíveis", sublinhou Florbela Garcia.
João Almeida recordou os tempos da pandemia e destacou que nesse período o jornal venceu 24 milhões. "Temos uma relevância significativa no mercado", destacou.
Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Cofina, deu as boas-vindas a um grupo de estudantes convidados, no arranque da 'Redação Aberta'.
"Este é o espaço sagrado [a redação] onde se fazem todas as marcas do grupo Cofina. Para nós, jornalistas, isto é uma experiência não só inédita mas também um tanto ou quanto perturbadora. Porque a redação costuma ser e é um espaço sagrado", explicou o diretor-geral editorial.
Carlos Rodrigues destacou que a decisão de fazer uma Redação Aberta passa por mostrar à sociedade e aos leitores do Correio da Manhã e da CMTV como é o funcionamento de uma redação.