“Ficámos parados no tempo”: mãe de menina com necessidades especiais relata vida em confinamento
Susana tem outros dois filhos, um deles asmático.
Desde o dia 10 de março que Susana Cintrão vive como se estivesse a disputar uma prova de resistência. E amor. Mãe de três filhos, dois deles de risco, Susana tem estado confinada em casa, lutando contra a apreensão. Afonso, o mais velho, é asmático. Laura, a mais nova, de sete anos, tem necessidades especiais desde o momento do parto, e vive com sequelas a nível motor e respiratório.
"A Laura não tem feito nenhuma das terapias de que precisa. Tinha feito a toxina no final de janeiro e nestes três meses seguintes tinha de fazer fisioterapia afincadamente para que os músculos correspondessem. Estava tudo a correr bem. Ela estava a ter grandes melhorias todos os dias com a fisioterapia. Mas agora ficámos parados no tempo. Para já, a terapeuta ainda não pode vir cá a casa", conta. Os dois rapazes começaram entretanto a ter aulas por videoconferência e, nesta próxima semana, também a mãe começa a licenciatura de solicitadoria.
"Mas o medo é grande. A Laura não pode ficar doente pois tem sequelas nos pulmões, necessitou de oxigénio durante um ano para sobreviver e nela uma simples gripe é uma verdadeira tormenta. O meu filho mais velho também é um grande asmático. Vamos ver se consigo dar conta de tudo isto", antecipa Susana, de Santarém.
Por causa de todos os riscos que assombram a tranquilidade da família, ninguém tem posto o pé fora de casa. Só a mãe sai às vezes para trazer comida. "E só vou a uma mercearia muito pequenina aqui ao pé de casa , para não facilitar", reconhece.
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