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Gafe de Biden ameaça campanha de Kamala em Washington

Presidente terá chamado “lixo” aos apoiantes de Trump. Casa Branca garante que se referia apenas ao comediante que gozou com Porto Rico.

31 de outubro de 2024 às 01:30

O Presidente Joe Biden provocou na terça-feira à noite um enorme embaraço à campanha de Kamala Harris em plena reta final da campanha, ao chamar “lixo” aos apoiantes de Donald Trump, provocando uma reação furiosa do candidato republicano e dos seus apoiantes e ofuscando por completo o grande comício da candidata democrata em Washington.

Biden, que tem estado afastado da campanha, em parte, para evitar que as suas gafes prejudiquem Kamala Harris, decidiu reagir ao polémico comentário do comediante Tony Hinchcliffe, que num comício de Trump em Nova Iorque, no domingo, tinha comparado Porto Rico a “uma ilha de lixo flutuante no oceano”. “O único lixo que vejo a flutuar por aí são os seus apoiantes. A sua demonização dos latinos é inconsciente e antiamericana”, disse Biden numa conferência por Zoom com apoiantes latinos.

A Casa Branca esclareceu depois que Biden se referia apenas a Hinchcliffe e não a todos os apoiantes de Trump, mas o mal já estava feito. Os sites republicanos e a campanha de Trump correram a propagar as declarações do Presidente nas redes sociais, comparando-as com o célebre comentário de Hillary Clinton em 2016 sobre o “cesto dos deploráveis” que terá contribuído para a sua derrota frente a Trump.

“Como se não bastasse o resto, Joe Biden chama ‘lixo’ aos nossos apoiantes. Não se pode liderar a América quando não gostamos do povo americano”, escreveu Trump na rede social X, prontamente secundado pelo seu candidato a ‘vice’, JD Vance: “Isto é absolutamente nojento. Kamala Harris e o seu chefe Joe Biden atacaram metade do país.”

Kamala Harris foi obrigada a vir a público tentar conter os danos provocados pelas declarações de Biden, lembrando que o Presidente “já esclareceu os seus comentários”, mas ressalvando que “discorda fortemente de quaisquer críticas baseadas nas preferências eleitorais de cada um”. “Como Presidente dos EUA, serei Presidente de todos os americanos, quer tenham votado em mim ou não”, prometeu.

Kamala alerta para perigos de nova Presidência de Trump 

Kamala Harris juntou na terça-feira à noite mais de 70 mil pessoas na Elipse, em Washington, para alertar para os perigos de uma nova Presidência de Donald Trump, no maior comício da campanha democrata.

Kamala Harris juntou na terça-feira à noite mais de 70 mil pessoas na Elipse, em Washington, para alertar para os perigos de uma nova Presidência de Donald Trump, no maior comício da campanha democrata.

O local escolhido para o que o campo democrata descreveu como os “argumentos finais” de Harris não foi inocente. Foi na Elipse que Trump juntou milhares de apoiantes a 6 de janeiro de 2021 antes do ataque ao Capitólio. E o discurso da candidata republicana centrou-se precisamente nos riscos para a democracia e liberdade de um eventual regresso de Trump à Casa Branca. “Este não é um candidato que esteja a pensar em como tornar a vossa vida melhor. É alguém que é instável, obcecado pela vingança, consumido pela raiva e que procura um poder sem limites nem controlo”, acusou Harris, que referiu o nome de Trump 24 vezes durante o seu discurso, pintando as eleições não como uma escolha entre campos políticos diferentes mas antes como uma espécie de referendo ao divisivo ex-Presidente.

“No primeiro dia, se vencer as eleições, Trump vai entrar no gabinete com uma lista de inimigos. Eu vou entrar com uma lista de tarefas a cumprir”, prometeu, afirmando que “está na hora de virar a página do drama e do conflito, do medo e da divisão. Está na hora de uma nova geração de liderança na América”.

“Ninguém gosta mais de Porto Rico do que eu”

Donald Trump garantiu na terça-feira que “ninguém gosta mais de Porto Rico e da comunidade latina” do que ele, numa tentativa de suavizar a controvérsia causada pelos comentários sobre a “ilha de lixo flutuante” feitos no seu comício de Nova Iorque.

“Como Presidente, fiz muito por Porto Rico”, alegou Trump, que chegou a sugerir vender a ilha após um furacão devastador em 2017. O candidato republicano voltou ainda a garantir que o comício de Nova Iorque, marcado por inúmeros ataques racistas dos seus apoiantes, foi “um ato de amor”.

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