António Filipe não terá ações de campanha no dia da greve geral
Explicou ainda que os candidatos não fazem greve porque "ser candidato a Presidente da República não é propriamente um posto de trabalho".
O candidato presidencial António Filipe anunciou este sábado que não irá ter iniciativas de campanha no dia da greve geral, marcada para sexta-feira, e que vai "prestar solidariedade" aos trabalhadores acompanhando um piquete.
À margem de uma sessão pública na Maia, no distrito do Porto, sob o tema "Cumprir a Constituição, Construir o Futuro",o candidato apoiado pelo PCP reafirmou ainda que não deixará de usar "todas e cada uma das possibilidades" que a Constituição da República prevê para combater o pacote laboral proposto pelo Governo, se for eleito Presidente da República.
"Eu no dia 11, certamente que estarei junto de um piquete de greve, que ainda irei verificar qual será, para manifestar a minha solidariedade aos trabalhadores e não terei iniciativas de campanha durante esse dia porque a realização de iniciativas de campanha também implica que haja pessoas a trabalhar para que elas sejam possíveis", disse.
Explicou que os candidatos não fazem greve porque "ser candidato a Presidente da República não é propriamente um posto de trabalho".
E continuou: "Há toda uma logística [nas ações de campanha] que implicaria que houvesse pessoas a trabalhar nesse dia e, portanto, não as farei, estarei apenas nos locais onde seja possível manifestar a minha solidariedade aos trabalhadores em greve", continuou.
Ainda sobre a greve geral convocada como forma de luta contra o "famigerado pacote laboral" que o Governo de Luís Montenegro quer aprovar, António Filipe prometeu que vai lutar contra ele "nos termos que a Constituição permite", caso seja eleito e aquele pacote seja aprovado em sede de Assembleia da República.
"Sublinho que a minha expectativa é que os trabalhadores portugueses consigam derrotar este pacote laboral, que ele seja derrotado e rejeitado na Assembleia da República" (AR), começou por salientar.
E disse: "Já afirmei e reafirmo que, enquanto Presidente da República, se ele me chegasse às mãos para promulgação (...), eu faria uma análise da sua constitucionalidade por forma a poder submeter ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade das normas que eu considerasse violadoras da Constituição".
Depois, disse, faria uma apreciação do diploma: "E não deixaria de enviar uma mensagem à AR com as minhas objeções, aquilo que eu considerasse que seria lesivo da situação dos trabalhadores e consequentemente negativas para o país, pedindo à Assembleia da República que repensasse essa matéria", explanou.
"Essas são as possibilidades que o Presidente da República tem para intervir dentro dos poderes constitucionais e eu não deixaria de utilizar todas e cada uma dessas possibilidades", garantiu.
Confrontado com uma notícia do Jornal de Notícias que dá conta de que não será possível exercer o voto em mobilidade nas eleições presidenciais, António Filipe disse lamentar: "Só posso lamentar", respondeu.
"Já tivemos eleições em que foi possível o voto em mobilidade, designadamente para o Parlamento Europeu porque são eleições em que, havendo um círculo único nacional, isso é possível e, portanto, para as eleições presidenciais isso também haveria de ser possível", apontou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Além de António Filipe, às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas André Ventura (com o apoio do Chega, Cotrim Figueiredo (com o apoio da IL), António José Seguro (apoiado pelo PS), Catarina Martins (apoiada pelo BE), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD) e Henrique Gouveia e Melo.
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