Seguro e Marques Mendes indigitariam Ventura? O que pensam sobre a 'Operação Influencer'? Saiba o que foi dito no debate
Candidatos presidenciais discutiram vários temas desde as escutas de António Costa à Defesa da Europa perante a ameaça de Putin.
António José Seguro e Luís Marques Mendes estiveram frente a frente em debate no âmbito das eleições presidenciais, esta quarta-feira, na RTP.
O candidato José Seguro lamentou que "passados dois anos, não há nenhum facto que prove escutas que não têm a ver com aquele caso", realçando que "o País perdeu um Governo". "[Portugal] Tinha uma situação de estabilidade política e passou para uma situação de instabilidade política", destacou Seguro.
Marques Mendes considerou que o assunto, reavivado pela revista Sábado esta quarta-feira, "dá razão à proposta de dar um pontapé de saída para um pacto na Justiça". "A Justiça está doente", afirmou o candidato defendendo os jornalistas que "não assaltaram o Ministério Público, alguém lhes passou a informação".
Tal como Seguro, Marques Mendes criticou a morosidade da Justiça: "é inqualificável que ainda não esteja encerrado. O Ministério Público não pode ter uma investigação a ser cargo até à eternidade".
"Eu sou mais interventivo que António José Seguro. Eu quero explicações, mas quero mais do que isso", garantiu Marques Mendes. No entanto, Seguro retorquiu: "Marques Mendes é membro do Conselho de Estado há 15 anos. Podia ter dirigido os Presidentes da República nesse sentido e não o fez".
"Na lei dos estrangeiros e na Lei da Nacionalidade, com quem é que o seu partido fez acordo? Com o Chega. Precisamos de ter equilíbrio no sistema", atacou António José Seguro.
"A independência não tem a ver com a pertença a um partido. O importante não é se os ovos estão no mesmo cesto. António José Seguro privilegia mais as proclamações de caráter genérico", criticou Marques Mendes. "A minha Casa Civil terá menos assessores políticos e mais assessores sociais", disse o candidato.
Sobre a possibilidade de indigitar André Ventura como primeiro-ministro, Marques Mendes realçou que o "Presidente da República é o garante do cumprimento da constituição". "Eu não lhe darei posse enquanto não tiver garantia de que [as medidas inconstitucionais] ficarão de fora", disse o candidato.
Seguro destacou: "a minha primeira lealdade é à Constituição portuguesa".
"Tenho experiência suficiente para saber que o documento que existe neste momento não será nada parecido com a versão final", disse Marques Mendes sobre a lei do trabalho. Já Seguro disse: "dada a sensibilidade da questão, tenho a tendência a ter uma leitura negativa se o diploma chegar nestes termos. Não fazia parte da proposta eleitoral do Governo".
"Toda a gente pede reformas e quando começam a acontecer acham que não é o momento", criticou Marques Mendes, destacando a importância de um acordo com a UGT.
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