Marques Mendes destaca "sentido de responsabilidade" de Governo e PS na aprovação do orçamento
"É tempo de devolver ao país a normalidade, a serenidade, a autenticidade, a estabilidade", indicou o candidato.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes considerou, esta quinta-feira, que o Governo e o PS "deram um exemplo de sentido de responsabilidade" com a aprovação do Orçamento do Estado para 2026 e disse esperar que se repita no futuro.
"É uma notícia previsível, mas é uma boa notícia", afirmou o candidato a Presidente da República, intervindo num almoço-debate promovido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que decorreu num hotel em Lisboa.
Luís Marques Mendes considerou que no ano passado a aprovação do orçamento "foi um drama completo" e "uma novela de muito pouca qualidade", que "acabou bem, mas podia ter acabado mal".
Por isso, a aprovação do Orçamento do Estado para 2026 "é uma notícia que deve justificar uma palavra muito convicta de saudação" ao Governo, que é "o responsável pela elaboração" do documento, mas também ao PS, que foi "o partido responsável pela sua viabilização".
"Acho que ambos, Governo e PS, deram um exemplo de sentido de responsabilidade, sentido de Estado, e nesse plano é um bom contributo para a melhoria da qualidade da nossa democracia. Espero e desejo que o exemplo desta quinta-feira possa multiplicar-se e possa aprofundar-se nos próximos anos e com os próximos Orçamentos. Este é que é o caminho", salientou.
Luís Marques Mendes, antigo ministro e líder do PSD, defendeu que "Presidente da República, Governo, partidos de oposição" devem "fazer tudo para cumprir a Constituição também nesta parte, e o que a Constituição diz é que os mandatos devem ser de quatro anos".
"É tempo de devolver ao país a normalidade, a serenidade, a autenticidade, a estabilidade", indicou.
Na sua intervenção, Marques Mendes afirmou que a sua "principal missão" caso seja eleito nas eleições presidenciais do início do próximo ano será ajudar a garantir a estabilidade e tentar evitar crises políticas.
"Isto faz-se estando atento para evitar moções de censura, moções de confiança e, sobretudo, mais importante, levar partidos e governo a negociarem os orçamentos de Estado", indicou, considerando que "é absolutamente normal em qualquer país da Europa" e deve ser prática em Portugal, "porque é saudável".
"Se o governo é minoritário, então as questões têm que ser negociadas, o diálogo político tem que existir, e o Presidente da República será, de facto, muito atento e interventivo nessa matéria", referiu.
O candidato e antigo líder do PSD defendeu que "é preciso tomar a iniciativa para evitar crises", porque se assim não for "no final a solução é sempre a mesma, que é a bomba atómica".
"Quem quer usar a bomba atómica não faz nada antes. Quem quer evitar a bomba atómica tenta evitar a crise política. Tenho suficiente experiência para saber que isso é possível, é necessário, é desejável", salientou.
Luís Marques Mendes alertou que as crises políticas têm efeitos no plano económico, porque "o investimento sofre", e também no plano social, uma vez que "os setores mais frágeis e vulneráveis" são "os mais esquecidos, os mais marginalizados e os mais discriminados" nestas situações.
A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2026 foi, esta quinta-feira, aprovada em votação final global com votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e com a abstenção do PS. Os restantes partidos (Chega, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.
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