Em novembro de 2020, integrou a 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19. E em fevereiro de 2021, foi nomeado coordenador da equipa.
O almirante Gouveia e Melo candidata-se a Presidente da República com a promessa de estar acima das disputas partidárias e ser mobilizador na ação, após ter adquirido notoriedade como coordenador do plano de vacinação contra a covid-19.
Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, divorciado, com dois filhos, tem 65 anos, nasceu em Quelimane, Moçambique, entrou na Escola Naval em setembro de 1979 e teve uma longa carreira militar até chegar a chefe do Estado-Maior da Armada em dezembro de 2021, cargo em que permaneceu até ao fim de 2024.
Na esfera pública, Henrique Gouveia e Melo começou a distinguir-se quando liderou a equipa das Forças Armadas destacada para apoiar as populações e os bombeiros durante a tragédia dos incêndios de Pedrógão Grande em 2017.
Em novembro de 2020, integrou a 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19. E em fevereiro de 2021, após várias polémicas, o ex-primeiro-ministro, António Costa, nomeou-o coordenador da equipa.
O sucesso no exercício deste cargo valeu-lhe elevado reconhecimento público e em 2022 o seu nome começou a ser apontado como um dos possíveis candidatos à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa no cargo de Presidente da República.
Anunciou a sua candidatura presidencial em 14 de maio, em plena campanha eleitoral para as legislativas, o que lhe valeu críticas. Na apresentação da candidatura, poucas semanas depois, o ex-chefe do Estado-Maior da Armanda procurou traçar uma linha de demarcação face a Marcelo Rebelo de Sousa, embora sem o nomear.
"Acredito que agora, mais do que nunca, precisamos de um Presidente diferente. Um Presidente estável, confiável e atento. Um Presidente que se faça ouvir, usando da palavra com contenção, com substância e com propriedade", disse.
Já em outubro, quando estavam definidos os seus principais adversários, o almirante realçou a circunstância de ser o único sem compromissos com partidos.
"O Presidente não pode ser hesitante, nem um cata-vento, muito menos um demagogo ou populista. O Presidente não pode ser o Cavalo de Troia de qualquer partido. Não está na Presidência para dizer sim a tudo, nem para derrubar governos à primeira oportunidade", declarou.
Gouveia e Melo diz situar-se no "centro pragmático", afirma ter Mário Soares e o general Ramalho Eanes como modelos de Presidente, e defende que a política externa portuguesa deve ter "um pé na Europa e outro no Atlântico".
Após o 25 de Abril de 1974, saiu com a família de Moçambique. Durante o chamado período revolucionário, viveu primeiro em Viseu e depois no Brasil. Filho de um advogado "liberal" crítico do Estado Novo, regressou em definitivo a Portugal a seguir ao 25 de Novembro de 1975.
Com 24 anos, na Escola Naval, integrou a esquadrilha de submarinos, onde passou 31 dias seguidos submerso. Mais tarde, integrou a primeira missão de um submarino convencional debaixo do Ártico.
Exerceu diversos comandos operacionais ao longo de uma carreira de mais de 40 anos, em que acumulou mais de 20 mil horas de navegação. Em 2017 foi promovido a vice-almirante e comandante naval, e em 2020 foi empossado adjunto para o planeamento e coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas, cargo que desempenhou até ser escolhido no ano seguinte coordenador da 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19.
Após um processo conturbado que envolveu o Presidente da República, substituiu Mendes Calado como chefe da Marinha em 27 de dezembro de 2021, sendo então promovido a almirante, cargo que ocupou até 2024, ano em que decidiu passar à reserva.
Durante largos meses manteve o "tabu" sobre a sua candidatura a Belém. Em outubro de 2021, em Lisboa, tinha manifestado a intenção de não se "deixar cair na tentação" da política.
"Se isso acontecer, deem-me uma corda para me enforcar", disse.
Mais tarde, alegou que essa declaração foi uma nota de humor. Para os seus adversários, porém, simbolizou as suas contradições políticas.
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