Voltou-se a sorrir e a dançar na 'praça dos reféns'
Rostos carregados deram lugar aos sorrisos e agradecimentos a Donald Trump. Sobre Netanyahu, nem uma palavra.
Israel acordou na manhã desta quinta-feira com a boa notícia que muitos não esperariam tão cedo: as delegações israelita e do Hamas tinham chegado a acordo, no Egito, em relação aos princípios de um entendimento para a paz na Faixa de Gaza e a entrega dos reféns capturados pelo movimento radical palestiniano a 7 de outubro de 2023. Eram duas horas da madrugada em Telavive quando foi conhecido o entendimento.
Os israelitas celebravam na rua o acordo que poderá ser histórico tanto para judeus como para palestinianos. Na chamada 'praça dos reféns' de Telavive, onde familiares, amigos e outros ativistas reclamam há dois anos o regresso dos raptados pelo Hamas, o rosto carregado de outros dias deu lugar às canções, às danças, aos sorrisos e ao choro de alegria. E também apareceram as bandeiras dos EUA e as mensagens de agradecimento ao Presidente norte-americano, Donald Trump. Para Netanyahu, nem uma palavra se escutou.
O Presidente dos EUA foi, entretanto, convidado a discursar no domingo no Knesset, perante os parlamentares israelitas, estando previsto que no dia seguinte e também na terça-feira os reféns - vivos e mortos – na posse do Hamas comecem a ser entregues a Israel.
Em Gaza, os sinais de paz também foram bem recebidos apesar dos ataques não terem parado, e na Cisjordânia celebrou-se o acordo que permitirá libertar à volta de dois mil prisioneiros palestinianos encarcerados em Israel, muitos deles a cumprir penas perpétuas. A lista de presos a trocar por reféns foi entregue pelo Hamas, mas ainda não aceite por Israel. Uma das divergências estará na inclusão na lista do ‘histórico’ da Fatah, Marwan Barghouti, detido há duas décadas a cumprir pena perpétua por ser o ideólogo das intifadas contra Israel. Barghouti é, provavelmente, o nome mais consensual entre os palestinianos e o único apontado como sucessor do atual líder da Autoridade Palestiniana.
Primeira fase do plano de paz em Gaza
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Nobel da paz à vista?
O Comité Nobel sueco anuncia esta sexta-feira o vencedor do Prémio Nobel da Paz e existe grande expectativa para ver se o acordo de paz em Gaza chegou a tempo de garantir a Trump o tão desejado galardão. Mesmo antes deste acordo, o Presidente dos EUA já se considerava merecedor da honra, por ter “acabado com sete guerras”.
Seis portugueses
Entre os 48 reféns (20 vivos e 28 mortos) que serão libertados pelo Hamas estão seis pessoas com nacionalidade portuguesa, diz a embaixada israelita.
Bombardeamentos
Pelo menos seis palestinianos foram mortos por bombardeamentos israelitas no Norte de Gaza na manhã desta quinta-feira, já depois de Donald Trump ter anunciado que Israel e o Hamas tinham chegado a acordo para cessar as hostilidades. O plano prevê que as forças israelitas cessem as ações ofensivas e se retirem das grandes cidades no prazo de 24 horas.
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