Bloco de Esquerda pede demissão de ministro da Defesa por permitir aviões com destino a Israel nas Lajes

Três aeronaves norte-americanas fizeram uma escala na base açoriana das Lajes com destino a Israel, sem comunicação prévia ao Governo português.

03 de outubro de 2025 às 13:28
Nuno Melo Foto: Miguel A. Lopes
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O BE pediu esta sexta-feira a demissão do ministro da Defesa, Nuno Melo, que acusou de permitir a passagem de aviões "usados no genocídio do povo palestiniano ao autorizar a escala de três aeronaves norte-americanas na base das Lajes.

A posição foi assumida pela dirigente bloquista Joana Mortágua numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

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Joana Mortágua acusou o ministro da Defesa de autorizar a passagem de aeronaves e material de guerra "para ser utilizado no genocídio do povo palestiniano na base açoriana das Lajes, "à revelia do ministro dos Negócios Estrangeiros", por saber que Paulo Rangel "não autorizaria a passagem de material militar dirigido a Israel".

"O ministro dos Negócios Estrangeiros não autorizaria a passagem de material militar dirigido a Israel porque há um embargo militar a Israel e porque sabia que a passagem de material militar dirigido a Israel dirigido ao genocídio dos palestinianos pode ser considerado um crime internacional e uma violação do direito português e internacional", acrescentou.

A bloquista considerou que Portugal "não pode ter um ministro da Defesa cuja lealdade e obediência é ao Governo de Israel e não ao Governo português" e, por isso, Nuno Melo "não tem condições para continuar no Governo".

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Três aeronaves norte-americanas fizeram uma escala na base açoriana das Lajes com destino a Israel, sem comunicação prévia ao Governo português, uma "falha de procedimento", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que quer apurar responsabilidades.

Em comunicado, o MNE realça que "a escala e sobrevoo de três aeronaves americanas para entrega a Israel", ocorrida em 22 de abril, não significa que "tenha sido estritamente violado o compromisso assumido pelo Ministério ou pelo Governo nesta matéria", referindo-se ao embargo à venda de armas e passagem pelo território nacional de material militar para Israel, determinado pelo executivo de Luís Montenegro.

A nota refere que esta operação teve "comunicação e autorização tácita (isto é, por decurso do prazo respetivo)" e a comunicação tinha já parecer favorável da AAN (Autoridade Aeronáutica Nacional), que depende do Ministério da Defesa Nacional, tutelado por Nuno Melo.

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