Bloco de Esquerda quer que Governo condene Israel por intercetar veleiro com ajuda humanitária
Mortágua salienta que está em causa o "apoio ao povo de Gaza e a segurança dos ativistas", nos quais se inclui a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan.
A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, defendeu esta segunda-feira que o Governo Português deve condenar Israel por impedir a entrada na faixa de Gaza de um veleiro que contém ajuda humanitária.
Numa publicação na rede social X, antigo Twitter, a deputada única refere que o veleiro do movimento "Flotilha da Liberdade", que contém ajuda humanitária a bordo, foi intercetado pelas forças israelitas.
Mortágua salienta que está em causa o "apoio ao povo de Gaza e a segurança dos ativistas", nos quais se inclui a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan.
"O governo português deve condenar imediatamente a atuação de Israel", lê-se na publicação.
Horas depois desta publicação, a deputada única do BE deu entrada no parlamento de uma pergunta ao Governo através da qual quer saber que ações é que o executivo liderado por Luís Montenegro pretende "levar a cabo a nível de política internacional, designadamente no quadro da União Europeia, para condenar este novo bloqueio do Estado de Israel à ajuda humanitária a Gaza".
"O Governo condena a interceção do veleiro Madleen, que levava ajuda humanitária ao povo palestiniano da Faixa de Gaza, e a detenção ilegal da tripulação do por parte do Estado de Israel?", questiona ainda a deputada.
Além disto, Mariana Mortágua apresentou um voto de condenação "pelo bloqueio do Estado de Israel à ajuda humanitária a Gaza e pela detenção ilegal da tripulação do veleiro Madleen".
No domingo, o governo de Israel ordenou ao seu exército que impeça o navio de ajuda humanitária que se encontra a caminho de Gaza de chegar à devastada capital do enclave palestiniano.
A ordem foi dada pelo ministro da Defesa israelita, Israel Katz, que alertou a ativista sueca e a restante tripulação do veleiro 'Madleen', o navio da Flotilha da Liberdade a caminho de Gaza para entregar ajuda humanitária, para que regressem, pois não conseguirão chegar ao enclave.
"Ordenei às FDI [Forças de Defesa de Israel] que atuem para impedir que o veleiro Madleen chegue a Gaza. À antissemita Greta e seus amigos, digo claramente: regressem, pois não chegarão a Gaza", disse Katz, em declarações divulgadas pelo seu gabinete.
Katz acrescentou que Israel não permitirá que ninguém rompa o bloqueio naval ao território palestiniano, que, segundo alega, visa impedir o Hamas de importar armas.
O veleiro chegou na manhã de domingo à costa egípcia e prosseguiu viagem com destino à Faixa de Gaza, indicaram os organizadores da campanha em comunicado.
A embarcação, com bandeira britânica e integrada na coligação Frota da Liberdade, partiu há precisamente uma semana da Sicília (Itália) com destino a Gaza, com o objetivo de "entregar ajuda humanitária, romper o bloqueio israelita e dar visibilidade ao sofrimento contínuo no enclave palestiniano".
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