Cessar-fogo no Líbano pode ser anunciado “nas próximas horas”

Acordo prevê trégua de 60 dias para a retirada do Hezbollah e a saída das forças israelitas.

26 de novembro de 2024 às 01:30
Acordo prevê trégua de 60 dias para a retirada do Hezbollah e a saída das forças israelitas Foto: Adnan Abid/Reuters
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Um acordo de cessar-fogo no Líbano poderá ser anunciado “nas próximas horas”, avançaram na segunda-feira fontes libanesas e israelitas, na sequência das movimentações diplomáticas levadas a cabo pelos EUA nos últimos dias.

Segundo o site Axios, Israel e o Hezbollah terão chegado a acordo sobre os termos do cessar-fogo e o Governo libanês disse ontem que “não existem obstáculos” à sua implementação. O Governo israelita reúne-se hoje para discutir a proposta e poderá dar a necessária luz verde apesar da resistência de alguns ministros mais radicais, incluindo Itamar Ben-Gvir, que exigem a “destruição total” do Hezbollah.

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Segundo o vice-presidente do Parlamento libanês, Elias Bou Saab, o acordo prevê um cessar-fogo de 60 dias e a retirada das forças do Hezbollah para norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita, conforme estava previsto na resolução 1701 da ONU, de 2006, mas nunca foi aplicado. Durante esse período, Israel irá retirar gradualmente as suas forças do Sul do Líbano, permitindo ao Exército libanês assumir posições para garantir a segurança na região. O cumprimento do cessar-fogo será monitorizado por uma comissão de cinco países liderada pelos EUA e que inclui a França, avançou o mesmo responsável.

Para o MNE israelita, Gideon Saar, o sucesso da trégua está dependente de dois pontos cruciais: “Impedir o Hezbollah de avançar para sul do rio Litani e impedir o Hezbollah de reconstruir e rearmar as suas forças em todo o Líbano.” Já o embaixador israelita na ONU, Danny Dannon, avançou que Israel “manterá a capacidade para atacar o Sul do Líbano” em caso de incumprimento.

As forças israelitas, recorde-se, lançaram em setembro uma ofensiva aérea e terrestre contra o Líbano após meses de trocas de disparos de artilharia e ‘rockets’ com o Hezbollah. O objetivo da operação, segundo Telavive, era garantir o regresso em segurança de dezenas de milhares de habitantes que foram obrigados a abandonar o Norte de Israel devido aos ataques do movimento xiita apoiado pelo Irão. A ofensiva israelita provocou cerca de um milhão de deslocados no Sul do Líbano e causou a morte de mais de 3700 pessoas, incluindo o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e praticamente toda a cúpula política e militar do grupo terrorista.

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