Crianças e bebés morrem de fome na Faixa de Gaza

Israel rejeita ser responsável por escassez de alimentos em Gaza.

24 de julho de 2025 às 01:30
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A crise humanitária na Faixa de Gaza está a agravar-se a cada minuto. A fome atingiu níveis alarmantes e não para de fazer vítimas. Cada hora que passa é decisiva. Crianças e adultos famintos suplicam por uma refeição. As crianças choram, dormem com fome. Não há nada para comer. E a pouca comida que vai surgindo nos mercados é tão cara que ninguém consegue pagar.

Em três dias já morreram pelo menos 111 pessoas de fome e desnutrição grave, 21 das quais crianças. Uma das crianças é Yehia, um bebé de apenas três meses, que morreu de desnutrição, no Hospital Nasser, em Khan Younis. Também Yousef tinha pouco mais de um mês. Morreu à fome. Segundo o diretor do hospital Al-Shifa, 900 mil menores sofrem de subnutrição na região.

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A situação é tão dramática que mais de 100 organizações de ajuda humanitária e de defesa dos direitos humanos apelaram esta quarta-feira aos governos de todo o mundo para que tomem medidas. Exigem um cessar-fogo imediato e o levantamento de todas as restrições à entrada de ajuda no enclave palestiniano. Enquanto que dezenas morrem à fome, há toneladas de alimentos, água potável e material médico às portas de Gaza mas Israel impede as organizações humanitárias de entregar os bens às populações. Por sua vez, Israel nega ser o responsável pela escassez de alimentos e acusa o Hamas de criar deliberadamente uma crise. “Em Gaza, atualmente, não há fome causada por Israel. Trata-se de uma escassez causada pelo Hamas”, afirmou o porta-voz do governo, David Mencer.

Patriarcas “de coração partido” após visita

O cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém e Teófilo III, patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém regressaram de uma visita a Gaza de “coração partido”. “É tempo de acabar com este disparate e com a guerra”, disse o cardeal, a mais alta autoridade católica na região. Os dois líderes da Igreja visitaram o complexo da Igreja da Sagrada Família na cidade de Gaza, onde um ataque israelita matou três pessoas e feriu várias outras, incluindo o pároco, na semana passada. Dizem ter ficado impressionados com pessoas famintas e crianças que não “pestanejam” ao som dos bombardeamentos. O cardeal Pizzaballa apelou à entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza, considerando-a “uma questão de vida ou de morte”. “Cada hora sem comida, água, medicamentos e abrigo causa danos profundos. É moralmente inaceitável e injustificável”, disse.

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