Irão ameaça resposta imediata a ataque israelita

O regime iraniano garantiu na terça-feira que responderá de forma imediata a qualquer ataque israelita, fazendo temer uma escalada retaliatória difícil de travar e levando os aliados de Israel a redobrarem os apelos à contenção.

“Desta vez o Irão não vai esperar 12 dias para responder. A retaliação será uma questão de segundos”, ameaçou o vice-MNE iraniano, Ali Bagheri Kani, horas depois de o presidente, Ebrahim Raisi, ter garantido que “a menor ação contra os interesses iranianos terá uma resposta firme e dolorosa”.

O gabinete de guerra israelita reuniu-se na terça-feira pelo terceiro dia consecutivo para discutir a resposta ao ataque de sábado com mais de 300 mísseis e drones contra o seu território. Segundo o deputado Yuli Edelstein, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros do Knesset, Israel quer enviar uma “mensagem de dissuasão”, mas, ao mesmo tempo, garantir que a confrontação fica por aqui. “Espero que os iranianos compreendam que não é do seu interesse continuar com isto. Não estamos interessados numa guerra em larga escala”, sublinhou.

A par da resposta militar que está a ser preparada, Israel lançou já o que diz ser um “ataque diplomático” contra o Irão, com o MNE, Israel Katz, a enviar cartas a 32 países pedindo para reforçarem as sanções contra o regime de Teerão e declararem os Guardas da Revolução como organização terrorista. Uma solução que foi bem acolhida pelos aliados, com os EUA à cabeça, que esperam que o reforço da pressão diplomática e financeira internacional sobre Teerão possa convencer Telavive a suavizar a sua resposta militar.

NORTE DE GAZA INCURSÃO ISRAELITA

Tropas israelitas apoiadas por tanques voltaram na terça-feira a entrar no campo de refugiados de Beit Hanoun, no Norte de Gaza, cercando várias escolas que acolhiam refugiados e detendo dezenas de homens.

PORTUGAL EMBAIXADOR CHAMADO

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chamou na terça-feira o embaixador iraniano em Lisboa para reiterar a condenação pelo ataque contra Israel e renovar a exigência de libertação imediata do navio de pavilhão português apresado pelo Irão.