Israel abre corredor temporário para facilitar evacuação da Cidade de Gaza

Milhares de civis fugiram da cidade deste o início da ofensiva terrestre israelita, na terça-feira.

18 de setembro de 2025 às 01:30
Milhares de palestinianos estão a fugir da Cidade de Gaza Foto: AP
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As forças israelitas abriram um corredor temporário para facilitar a saída de civis da Cidade de Gaza, alvo de uma ofensiva terrestre em larga escala, mas centenas de milhares de pessoas continuam encurraladas na cidade e as agências humanitárias alertam para o agravamento da catástrofe humanitária.

A nova rota, ao longo da estrada Salah al-Dinh, que percorre o centro do enclave, foi aberta ao meio-dia desta quarta-feira e estará disponível por apenas 48 horas, até ao início da tarde de sexta-feira. A abertura do novo corredor foi anunciada depois de o corredor anteriormente indicado pelas forças israelitas para a saída de civis, ao longo da estrada costeira que liga a Cidade de Gaza a Khan Younis, ter ficado rapidamente entupido com milhares e milhares de refugiados que procuram fugir da cidade por todos os meios, incluindo a pé.

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Calcula-se que cerca de 650 mil civis permaneçam ainda na Cidade de Gaza, depois de muitos milhares terem fugido nas últimas semanas. As organizações humanitárias alertam que muitas pessoas poderão não ter recebido informações sobre a abertura do corredor humanitário, uma vez que os bombardeamentos israelitas dos últimos dias destruíram grande parte da rede de telecomunicações que servia o norte do enclave palestiniano. Muitas outras pessoas estão encurraladas na cidade porque não têm meios financeiros para fugir: o aluguer de uma carrinha pequena custa mais de 760 euros e uma tenda para cinco pessoas custa mais de mil euros. "Tive de vender todas as minhas joias para conseguir fugir. Levámos mais de 10 horas para chegar a Khan Younis e paguei mais de 880 euros pela boleia. As filas de carros pareciam não ter fim", contou uma mulher à BBC.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse esta quarta-feira que os objetivos da ofensiva terrestre na Cidade de Gaza são "derrotar o inimigo e retirar a população", omitindo qualquer referência à libertação dos reféns israelitas ainda nas mãos do Hamas, que até agora era sempre apontada como um dos objetivos da guerra. Os familiares dos reféns acusam o governo de os ter abandonado, condenando-os a uma morte certa.

UE avança com sanções a Israel 

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A Comissão Europeia propôs retomar as tarifas às importações de produtos israelitas e aplicar sanções a dois ministros extremistas do Governo de Netanyahu para forçar Israel a acabar com a guerra em Gaza. As medidas, que atingem ainda vários colonos israelitas e membros do Hamas, “visam pressionar Israel a mudar de rumo e acabar com o sofrimento em Gaza”, diz a UE.

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