Israel acusado de “intenção genocida” em Gaza
África do Sul diz no TPI que destruição de Gaza foi “decidida ao mais alto nível do Governo”.
A África do Sul acusou na quinta-feira Israel perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) de levar a cabo um “genocídio intencional” em Gaza e pediu aos juízes para ordenarem o fim imediato das operações militares.
No primeiro de dois dias de audiências perante o TPI, sediado em Haia, nos Países Baixos, os advogados do Governo sul-africano alegaram que a ofensiva israelita tem como objetivo “a destruição da população de Gaza”, a qual foi “decidida ao mais alto nível do Estado israelita”. “Essa intenção genocida é evidente na forma como as ações militares estão a ser conduzidas”, justificou um dos advogados, Tembeka Ngcukaitobi, lembrando os mais de 23 mil mortos causados pela ofensiva israelita e os entraves colocados à entrada de ajuda humanitária. “As provas desta intenção genocida são esmagadoras e incontestáveis”, concluiu.
Israel, que apresenta esta sexta-feira os seus argumentos no TPI, acusa a África do Sul de “hipocrisia” e de “atuar como braço legal do Hamas”, esquecendo-se de mencionar que os terroristas daquele grupo “massacraram, executaram, assassinaram, queimaram vivos, violaram e raptaram centenas de israelitas a 7 de outubro e que Israel tem direito a defender-se”.
Uma eventual decisão do TPI sobre a queixa de genocídio pode demorar anos e será meramente simbólica, uma vez que o tribunal não tem maneira de fazer cumprir qualquer sentença.
O Conselho de Segurança da ONU exigiu na quinta-feira o fim imediato dos ataques dos houthis contra navios no Mar Vermelho.
Forças navais francesas começaram a escoltar navios mercantes no Mar Vermelho, mas Paris afastou possibilidade de atacar bases houthis no Iémen.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, defendeu que a criação de um Estado palestiniano “ajudará a isolar o Irão”.
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