Morreram às mãos do Hamas: Famílias de dezenas de reféns poderão fazer o luto a partir de segunda-feira
Primeira fase do acordo de cessar-fogo prevê a libertação dos reféns, vivos e mortos. Seis serão portugueses.
48 é o número de reféns israelitas, vivos e mortos, mantidos em Gaza pelo Hamas e que, a partir desta segunda-feira, deverão começar a ser libertados no âmbito da primeira fase do acordo de cessar-fogo, anunciado na quarta-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Com vida acreditam-se que sejam 20, sendo que a morte de quase todos os outros já foi confirmada. Ainda assim as famílias esperam a recuperação dos corpos, a maioria vítima dos ataques de 7 de Outubro de 2023 do grupo armado palestiniano. As identidades são reveladas pela BBC News.
De acordo com a embaixada israelita em Lisboa, o acordo de cessar-fogo em Gaza permitirá a libertação de seis reféns portugueses, três vivos e três mortos.
As vítimas do Hamas que ainda estão em Gaza
Tamir Adar morreu aos 38 anos ao lutar contra elementos armados do Hamas durante o ataque de 7 de Outubro. A morte deste membro da brigada de segurança comunitária de Nir Oz foi anunciada em janeiro de 2024 pelo Kibutz onde vivia. Era pai de dois filhos.
Trabalhador agrícola, o tailandês Sonthaya Akrasri foi vítima, aos 30 anos, do ataque da milícia armada ao Kibutz Be'eri, segundo o ministério das Relações Exteriores da Tailândia, citado pela BBC News. A notícia foi avançada em maio de 2024.
Sargento-mor das Forças de Defesa de Israel (IDF), Muhammad al-Atarash perdeu a vida aos 39 anos enquanto lutava contra o Hamas perto de Nahal Oz, nos terríveis ataques de 7 de Outubro. Deixou 13 filhos, confirmaram as forças de defesa israelitas.
Sobreviveu aos ataques que há mais de dois anos despoletaram a guerra em Gaza. Mas uma tentativa de resgate colocou fim à vida de Sahar Baruch. Com apenas 24 anos, o jovem, que havia sido sequestrado em Be'eri, morreu durante uma tentativa de resgate pelas IDF em Gaza. Não se sabe se foi morto a tiro pelo Hamas ou pelas forças armadas israelitas.
Uriel Baruch é um dos rostos das vítimas do ataque palestiniano ao festival de música Supernova. Não morreu no recinto, mas foi sequestrado pelo Hamas e, meses mais tarde, a sua morte foi anunciada. Com 35 anos, Uriel morreu em cativeiro. A família e os dois filhos souberam da notícia pelas IDF.
Inbar Hayman, de 27 anos, foi sequestrada no mesmo dia e no mesmo festival. A família acredita que tenha sido a última mulher a morrer em cativeiro.
O israelense-americano Itay Chen, de 19 anos, foi morto durante o ataque do Hamas à base de Nahal Oz a 7 de Outubro de 2023. O jovem servia as Forças de Defesa de Israel. O corpo foi levado para Gaza.
Aos 85 anos, Amiram Cooper não teve um final feliz. Juntamente com três reféns - Nadav Popplewell, Chaim Peri e Yoram Metzger - o idoso foi morto em Khan Younis, no sul de Gaza. Tinha sido sequestrado em Nir Oz. Segundo o Hamas, Amiram foi vítima de um ataque comandado por Israel.
O confronto com homens armados do Hamas foi fatal para o jovem Oz Daniel, de 19 anos, sargento da 7ª Brigada das Forças de Defesa de Israel (IDF). O corpo ficou refém do grupo palestiniano em Gaza.
Karina, Mika e Yuval, mulher e filhas respetivamente de Ronen Engel, foram libertadas durante o acordo de cessar-fogo de novembro de 2023. Ronen não teve a mesma 'sorte'. Em dezembro de 2023, as IDF confirmaram que o homem, de 54 anos, tinha sido morto em cativeiro.
Meny Godadr, de 73 anos, morreu durante o ataque do Hamas a Be'eri. A sua esposa também não sobreviveu. De acordo com familiares, o corpo de Meny foi levado para Gaza no princípio do ano de 2024.
Ran Gvili, com nacionalidade portuguesa, é mais um dos jovens que morreu às mãos do Hamas. Tinha 26 anos. Era sargento da polícia de Israel e foi morto quando estava a lutar contra os palestinianos no Kibutz Alumim também a 7 de Outubro. As Forças de Defesa de Israel anunciaram que o seu corpo tinha sido levado para Gaza como refém.
Quatro filhos perderam o pai. O corpo de Tal Haimi, de 41 anos, continua detido em Gaza. Foi morto há mais de dois anos no Kibutz Nir Yitzhak.
O coronel das IDF e comandante da Brigada Sul da Divisão de Gaza, Asaf Hamami, também de 41 anos, foi morto perto do Kibutz Nirim.
Guy Illouz não resistiu aos ferimentos. Estava no festival de música Supernova quando foi baleado duas vezes. A morte do jovem de 26 anos foi confirmada por outros reféns, entretanto, libertados.
Morreu onde passou a parte da vida a trabalhar. Eitan Levi era taxista e foi morto pelo Hamas, aos 53 anos, numa estrada perto de Gaza. Foi divulgado um vídeo dos palestinianos a espancarem-no.
Eliyahu Margalit morreu também a 7 de Outubro em Nir Oz. Tinha 75 anos.
Estava a realizar um estágio agrícola, mas acabou por ser morto no Kibutz Nahal Oz no dia que marcará para sempre a História do Médio Oriente. Oriundo da Tanzânia foi o governo desse mesmo país que confirmou a morte do jovem Joshua Mollel. O estudante tinha 21 anos.
Daniel Peretz tinha 22 anos e era capitão da 7.ª Brigada Blindada das Forças de Defesa de Israel. Nasceu em África do Sul e morreu num ataque perto de Nahal Oz.
Os avós de Omer Neutra, de 21 anos, sobreviveram ao Holocausto, mas o neto fica para a História como umas das vítimas da guerra Israel-Hamas. Estava ao serviço das Forças de Defesa de Israel perto de Gaza quando foi morto pelo inimigo.
Dror Or Ermoza, de 48 anos, morreu no ataque a Be'eri, confirmou o Kibutz em fevereiro do ano passado. A mulher, Yonat também não sobreviveu. Mas só o corpo do homem foi levado para Gaza. Segundo a BBC News, dois dos três filhos deste casal, Noam e Alma, foram feitos reféns e libertados durante o cessar-fogo de novembro de 2023. Dror Or tinha nacionalidade israelita, portuguesa e argentina.
O ataque ao Kibutz Be'eri matou Suthisak Rintalak. Tinha 43 anos, era tailandês e trabalhador agrícola. A morte do homem foi confirmada pelo ministério das Relações Exteriores da Tailândia em maio de 2024.
Yossi Sharabi tem nacionalidade portuguesa, foi sequestrado com o irmão Eli em Be' eri. Morreu durante o cativeiro. De acordo com uma investigação das IDF, é provável que Yossi, de 53 anos, tenha sido morto quando um prédio desabou após um ataque israelita. Eli foi libertado em fevereiro de 2025. O irmão deixou-lhe três sobrinhos. Yossi é de uma família marroquina de sobrenome Turgeman, que conta com registos no cemitério judaico de Lisboa. Alguns membros desta família regressaram a Portugal depois da abolição da Inquisição.
O final de vida de Arie Zalmanowicz não foi, certamente, o que sonhou. Aos 85 anos foi sequestrado em Nir Oz e não conseguiu sobreviver. Morreu em dezembro de 2023.
Estava a tentar defender Nir Yitzhak do ataque de 7 de Outubro, mas foi morto. Lior Rudaeff tinha 61 anos.
O corpo de Hadar Goldin está nas mãos do Hamas desde 2014, ano em que foi morto durante um combate em Gaza. Tinha 23 anos e era tenente da Brigada Givati das Forças de Defesa de Israel.
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