ONG pedem dissolução do Fundo Humanitário de Gaza
Centenas de civis morreram durante ações de distribuição de ajuda de grupo privado apoiado por Israel e pelos EUA.
Dezenas de organizações não governamentais e grupos humanitários pediram esta terça-feira a dissolução do controverso Fundo Humanitário de Gaza (FHG), grupo privado apoiado pelos EUA e por Israel cuja ações de distribuição de ajuda humanitária no enclave têm ficado marcadas por cenas de violência e caos.
“Os palestinianos enfrentam uma escolha impossível: morrerem à fome ou arriscarem levar um tiro enquanto tentam desesperadamente recolher comida para alimentar as suas famílias”, acusa a carta aberta assinada por mais de 165 agência internacionais, incluindo a Amnistia Internacional, Save The Children e Oxfam.
Desde o início da sua atividade em Gaza, no final de maio, que o FHG tem sido alvo de fortes críticas, principalmente por criar centros de distribuição de ajuda humanitária junto a áreas controladas pelo Exército israelita e por usar dados biométricos para controlar quem recebe a ajuda. As Nações Unidas e outros grupos responsáveis pela distribuição da ajuda antes da chegada do FHG acusam o grupo de violar as leis humanitárias internacionais e de ajudar Israel a usar a ajuda humanitária como arma de guerra.
Várias estimativas indicam que 500 a 600 civis foram mortos e centenas ficaram feridos durante vários incidentes ocorridos junto aos quatro centros de distribuição de ajuda do grupo no sul e centro de Gaza no último mês. O FHG rejeita responsabilidades nos incidentes, garantindo que os seus guardas não dispararam um único tiro e que foram as tropas israelitas a disparar. O grupo garante ainda ter distribuído mais de 52 milhões de refeições à população desde o início da sua atividade em Gaza.
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