Últimos seis reféns libertados pelo Hamas
Primeira fase da trégua ficará completa com a devolução dos restos mortais de mais quatro reféns, na quarta-feira.
O Hamas libertou ontem os seis últimos reféns israelitas vivos previstos na primeira fase do acordo de cessar-fogo assinado em janeiro. Entre os reféns entregues a Israel está um jovem com nacionalidade portuguesa, Omer Shem Tov, que beijou efusivamente dois dos terroristas no momento da libertação, e dois cidadãos israelitas que estavam cativos em Gaza há mais de uma década.
Os primeiros a serem libertados foram Tal Shoham, de 40 anos, e Avera Mengistu, de 39, que foram entregues à Cruz Vermelha Internacional na cidade de Rafah. Seguiram-se Eliya Cohen, de 27 anos, Omer Wenkert, de 23, e o luso-israelita Omer Shem Tov, de 22 anos, que foram libertados em Nuseirat, no Centro de Gaza. Tinham sido todos raptados no ataque do Hamas contra o festival de música Nova, a 7 de outubro de 2023. Os três reféns mostraram-se bem-dispostos e aliviados durante a cerimónia, e Omer Shem Tov chegou a beijar dois terroristas na cabeça.
O sexto refém, Hisham Al-Sayed, que sofre de vários problemas de saúde e está acamado, foi entregue mais tarde à Cruz Vermelha na Cidade de Gaza, numa cerimónia discreta e sem a presença de jornalistas, tendo sido imediatamente transferido para um hospital militar em Israel.
Tanto Al-Sayed, um beduíno com nacionalidade israelita, como Avera Mengistu, nascido na Etiópia, estavam nas mãos dos terroristas há mais de uma década. Ambos sofrem de problemas mentais e entraram pelo seu próprio pé na Faixa de Gaza. O Hamas descreveu-os como “soldados de Israel”, apesar dos sucessivos desmentidos do Governo israelita, das famílias, e de várias organizações de defesa dos direitos humanos.
Em troca dos seis reféns, Israel libertou 602 prisioneiros palestinianos, 455 dos quais foram detidos pelas forças de segurança israelitas durante a ofensiva em Gaza. Para terminar a primeira fase da trégua, na qual o Hamas se comprometeu a devolver 33 reféns, falta apenas a entrega dos restos mortais de mais quatro reféns, agendada para esta quarta-feira.
Restos mortais de Shirin Bibas já foram entregues à família
Os restos mortais de Shirin Bibas, a jovem mãe que morreu nas mãos do Hamas juntamente com os dois filhos pequenos, Kfir, de 10 meses, e Ariel, de quatro anos, foram devolvidos à família na sexta-feira à noite, um dia após os terroristas do Hamas terem entregado o corpo errado à Cruz Vermelha, num engano que provocou revolta em Israel. “A nossa Shirin regressou a casa na noite de ontem”, anunciou a família, adiantando que exames de ADN confirmaram a identidade do corpo. O Hamas alega que os restos mortais foram inicialmente confundidos com os de outra mulher que morreu num alegado bombardeamento israelita contra o edifício onde se encontravam. A autópsia realizada pelas autoridades israelitas não confirma, porém, que Shirin tenha morrido num bombardeamento, afirmando antes que terá sido assassinada “a sangue-frio” pelos terroristas juntamente com os filhos.
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