CPJ, com sede em Nova Iorque, já tinha manifestado preocupação com a segurança de Anas al-Sharif em 24 de julho.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) denunciou, esta segunda-feira, a morte de seis jornalistas em Gaza e criticou a justificação dada por Israel, que alegou estarem ligados ao grupo extremista palestiniano ao Hamas.
"A prática de Israel de rotular os jornalistas como militantes sem provas credíveis levanta sérias questões sobre a sua intenção e respeito pela liberdade de imprensa", disse a diretora regional do CPJ para o Médio Oriente e Norte de África.
Sara Qudah acrescentou que os jornalistas são civis e nunca devem ser alvo de perseguição, apelando para que os envolvidos nos assassinatos sejam responsabilizados, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Os jornalistas foram mortos no domingo num ataque de precisão que atingiu a tenda que ocupavam junto ao hospital Al Shifa, na cidade de Gaza.
Morreram no ataque os correspondentes da televisão do Qatar Al Jazeera Anas al-Sharif e Mohamed Qraiqea, os fotojornalistas Ibrahim Zaher e Moamen Aliwa, o assistente Mohamed Nofal, e o jornalista Mohamed Al Khalidi do meio de comunicação palestiniano Sahat.
Anas al-Sharif, 28 anos, que Israel declarou como terrorista, era um dos principais correspondentes que cobria diariamente o conflito em Gaza.
O CPJ, com sede em Nova Iorque, já tinha manifestado preocupação com a segurança de Anas al-Sharif em 24 de julho.
Denunciou na altura que o jornalista estava "a ser alvo de uma campanha de difamação militar israelita", que considerou "um trampolim para o seu assassinato".
Na mesma altura, o porta-voz do exército israelita em língua árabe, Avichay Adraee, intensificou os ataques nas redes sociais contra Anas al-Sharif.
Acusou-o, sem provas, de ser membro do Hamas, depois de o jornalista ter chorado em direto quando fazia uma reportagem sobre a fome em Gaza.
O exército israelita admitiu ter matado os jornalistas num bombardeamento de precisão e acusou Anas al-Sharif de estar ligado ao Hamas, apresentando como prova dois documentos cuja origem não detalhou e que não podem ser verificados, segundo a EFE.
De acordo com o CPJ, desde o início da ofensiva israelita em Gaza, a 07 de outubro de 2023, foram mortos mais de 186 jornalistas, 180 dos quais palestinianos, alegadamente por fogo israelita.
A Associação de Imprensa Estrangeira (FPA) em Israel e nos territórios palestinianos também se manifestou, esta segunda-feira, indignada com o "assassinato seletivo" dos jornalistas na Faixa de Gaza.
"Estes colegas estavam a desempenhar funções jornalísticas e a relatar os acontecimentos do momento", afirmou a associação num comunicado citado pela EFE.
A FPA recordou os dados da CPJ sobre os jornalistas mortos nos últimos 22 meses e criticou o exército israelita por rotular os profissionais palestinianos "como militantes, muitas vezes sem provas verificáveis, tornando-os alvos de ataque".
"O Governo israelita também continua a acusar de parcialidade os jornalistas palestinianos, que têm feito reportagens corajosas durante a guerra, apesar do grande risco pessoal envolvido", afirmou a FPA.
A associação recordou que Israel proíbe a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, pelo que exigiu o fim dos ataques contra os jornalistas e que lhes permita entrar no território palestiniano e informar livremente.
A ofensiva israelita em curso em Gaza seguiu-se ao ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
O Hamas e outros grupos radicais ainda mantêm em seu poder 50 reféns, dos quais 20 vivos e 30 mortos, que Israel exige que lhe sejam entregues.
A resposta militar israelita ao ataque provocou mais de 61.000 mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do enclave.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
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