Netanyahu segue sugestão de Trump e ameaça “abrir as portas do Inferno” em Gaza se o Hamas não retomar a libertação dos reféns. Grupo terrorista rejeita “linguagem de ameaças”.
1 / 2
Trump sugeriu, Netanyahu assinou por baixo. O primeiro-ministro israelita ameaçou esta terça-feira retomar a guerra em Gaza se o Hamas não libertar os reféns até ao meio-dia de sábado, repetindo, quase palavra por palavra, o ultimato feito na segunda-feira à noite pelo Presidente dos EUA após o grupo terrorista ter suspendido a libertação dos reféns por tempo indeterminado.
“Se o Hamas não libertar os nosso reféns até ao meio-dia de sábado, o cessar-fogo acaba e as Forças de Defesa de Israel (FDI) irão retomar os combates intensos até à derrota total do Hamas”, anunciou Netanyahu no final de uma reunião de quatro horas do seu Gabinete de Segurança. Além de agradecer a Trump pelo ultimato, o PM israelita indicou ainda que deu instruções ao Exército para concentrar as suas forças “dentro e fora de Gaza”. “Esta operação está em curso e estará concluída assim que possível”, disse.
Na segunda-feira à noite, o Presidente dos EUA tinha ameaçado “abrir as portas do Inferno” se o Hamas não libertar todos os reféns até ao meio-dia de sábado, mas indicou que se travava da sua opinião. “Israel fará o que bem entender”, disse na altura.
A mensagem parece ter sido entendida em Israel. Ainda antes do ultimato de Netanyahu, o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, defendeu no X que a resposta “deve ser exatamente aquela que Trump sugeriu”. “Suspensão total da ajuda humanitária, corte da eletricidade, da água e das comunicações e o uso brutal e desproporcionado da força até ao regresso dos reféns. Está na hora de abrir as porta do Inferno ao Hamas - e desta vez sem qualquer restrição”, defendeu.
No seu ultimato, Trump exigiu a libertação de “todos os reféns”, referindo-se aos três cuja libertação estava agendada para o próximo sábado e que foi suspensa pelo Hamas, bem como os restantes 14 que deveriam ser libertados na primeira fase do cessar-fogo, oito dos quais estarão mortos. Fonte do Governo israelita indicou esta terça-feira que o ultimato feito por Netanyahu é mais flexível. “Esperamos que os nove reféns vivos sejam libertados nos próximos dias, não necessariamente no sábado. Podem ser três no sábado e os restantes nos dias seguintes, afirmou a fonte ao ‘Jerusalem Post’, adiantando que, se o Hamas recuar e libertar pelo menos três reféns no sábado, “o cessar-fogo irá continuar”.
O grupo terrorista rejeitou esta terça-feira a “linguagem das ameaças” e sublinhou que a única maneira de garantir a libertação dos reféns é “respeitar o cessar-fogo”. Recorde-se que o Hamas acusou na segunda-feira Israel de violar repetidamente os termos do acordo ao disparar sobre civis durante a trégua e ao colocar entraves à entrada de ajuda humanitária em Gaza, acusações rejeitadas por Israel.
Solução para Gaza “deve ser boa para todos”
O rei Abdullah da Jordânia defendeu esta terça-feira, perante Donald Trump, que a solução para o problema de Gaza “deve ser boa para todos” mas não condenou diretamente os planos do Presidente dos EUA para controlar o território e expulsar os seus dois milhões de habitantes para os países vizinhos, incluindo a Jordânia.
“Tenho de fazer o que é melhor para o meu país. O objetivo é resolver isto de forma a que seja bom para todos”, afirmou o monarca jordano, adiantando que os países árabes estão a discutir o assunto e tencionam apresentar uma contraproposta a Trump. “Falaremos disso depois, estamos dispostos a discutir todas as opções”, afirmou Abdullah, adotando uma posição diplomática que, para muitos países árabes, equivale a uma cedência parcial a Trump.
O Presidente dos EUA, que na véspera tinha ameaçado cortar toda a ajuda financeira e militar à Jordânia se o país se recusasse a acolher os palestinianos no seu território, frisou no encontro desta terça-feira que “não precisa de fazer ameaças”. “Contribuímos com muito dinheiro, tanto para a Jordânia como para o Egito, mas não temos que ameaçar com isso, julgo que estamos acima disso”, afirmou Trump, que se mostrou convencido de que a Jordânia acabará por ceder “uma parcela” do seu território, onde os palestinianos “viverão felizes e em segurança”.
Trump insistiu ainda que os EUA “acabarão por controlar Gaza”, mas recuou na intenção de comprar o território, como tinha anunciado na véspera. “Vamos administrar Gaza e vamos estimá-la muito. Vamos avançar com os nossos planos e criar muitos empregos para as pessoas do Médio Oriente. Julgo que pode tornar-se um verdadeiro diamante”, afirmou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.