Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou que 21 pessoas foram mortas no centro do enclave palestiniano, esta segunda-feira.
O Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou hoje o exército israelita de matar quase 500 palestinianos e ferir 3.000 no último mês em pontos de distribuição de alimentos ou de ajuda humanitária.
Os "habitantes de Gaza, desesperados e famintos, tiveram de escolher entre morrer de fome ou correr o risco de serem mortos enquanto tentavam obter alimentos", criticou o porta-voz do gabinete, Thameen al-Kheetan, em conferência de imprensa, sublinhando que matar civis desarmados é um crime de guerra.
Israel "tem de parar de disparar sobre pessoas que tentam obter alimentos e permitir a entrada de alimentos e ajuda humanitária em conformidade com o direito internacional", acrescentou.
O porta-voz realçou que os assassinatos nestas circunstâncias devem ser investigados de forma imparcial, mencionando a possibilidade de os casos serem levados ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o tribunal da ONU sediado em Haia.
Hoje de manhã, a Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou que 21 pessoas foram mortas no centro do enclave palestiniano, na sequência de disparos israelitas contra pessoas reunidas perto de um centro de distribuição de ajuda.
"Vinte e um mortos e cerca de 150 feridos foram transferidos para o hospital (...) depois de as forças de ocupação israelitas terem alvejado grupos de cidadãos que aguardavam ajuda na estrada Salaheddine", disse o porta-voz do organismo de primeiros socorros, Mahmoud Baçal, em declarações à agência de notícias francesa AFP.
Na conferência de imprensa, o porta-voz do gabinete de direitos humanos da ONU acrescentou que a situação de fome na Faixa de Gaza continua a piorar devido ao bloqueio imposto por Israel desde o início de março que impede quase por completo a chegada de alimentos, exceto os distribuídos pela Fundação Humanitária de Gaza, com a qual as Nações Unidas e outras organizações internacionais se recusam a cooperar.
"O sistema militarizado de distribuição de ajuda de Israel contradiz os padrões internacionais de assistência, colocando civis em perigo e contribuindo para a catástrofe humanitária em Gaza", afirmou al-Kheetan.
A distribuição de alimentos como arma também pode ser considerada um crime de guerra, afirmou o porta-voz, pedindo a Israel que suspenda as "restrições ilegais" ao trabalho da ONU e de outros atores humanitários em Gaza.
Também o responsável pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) considerou hoje que a atual distribuição de ajuda humanitária em Gaza, confiada a uma organização apoiada por Israel e pelos Estados Unidos e resultando em cenas caóticas, é "uma abominação".
"O chamado mecanismo de ajuda, criado recentemente, é uma abominação que humilha e degrada pessoas desesperadas. É uma armadilha mortal, que custa mais vidas do que salva", declarou Philippe Lazzarini.
No terreno, a Fundação Humanitária de Gaza (GHT, sigla em inglês) é apelidada de "Fundação Humilhante de Gaza", porque é isso que os residentes de Gaza sentem, acrescentou Philippe Lazzarini.
A ONU e as organizações não-governamentais humanitárias recusam-se a trabalhar com a HGF, uma organização com financiamento opaco, devido a preocupações com os seus processos e neutralidade.
A Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e por Israel, começou a distribuir alimentos em Gaza a 26 de maio, depois de Israel ter cortado completamente o abastecimento ao território palestiniano durante mais de dois meses, o que provocou alertas de fome em massa.
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