“Esperamos terminar a guerra este ano”: Zelensky acolheu líderes europeus em Kiev
Adesão à UE pode acontecer ainda antes de 2030.
O Presidente Volodymyr Zelensky mostrou-se esta segunda-feira confiante de que a guerra pode terminar “este ano”, mas insistiu que qualquer negociação terá de incluir a Ucrânia e a Europa.
“Este ano pode marcar o início de uma paz verdadeira e duradoura. Putin não vai oferecer-nos esta paz, nem vai dá-la a troco de alguma coisa. Temos de conquistá-la com força, sabedoria e união - com a cooperação de todos”, afirmou o líder ucraniano perante uma dezena de líderes aliados reunidos em Kiev no terceiro aniversário da invasão russa. Além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, viajaram até à capital ucraniana os líderes do Canadá, Dinamarca, Islândia, Letónia, Lituânia, Finlândia, Noruega, Espanha e Suécia, numa significativa manifestação de apoio a Kiev numa altura em que os EUA ameaçam impor à Ucrânia um acordo de paz injusto que recompensa o agressor russo. Os EUA não se fizeram representar no encontro.
Questionado sobre a sua relação com Trump após a recente troca de acusações, o líder ucraniano evitou responder diretamente, limitando-se a afirmar que espera que os EUA “possam manter o seu apoio à Ucrânia, tal como os restantes parceiros”.
A líder da Comissão Europeia, que esta segunda-feira anunciou a imposição de um novo pacote de sanções económicas à Rússia, reiterou em Kiev o apoio dos aliados europeus, afirmando que, “nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo, mas também o destino da Europa”. Ursula von der Leyen elogiou ainda os notáveis progressos de Kiev na adoção de reformas com vista à adesão à União Europeia, a qual, anunciou, poderá ocorrer “ainda antes de 2030”.
“Paz não significa rendição”
O Presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu esta segunda-feira Donald Trump que a paz “não pode significar a rendição da Ucrânia”. Os dois líderes, que falaram aos jornalistas após um encontro na Casa Branca, mostraram-se em sintonia sobre a vontade de acabar com a guerra, desejo esse que Trump diz ser extensível a Putin. O Presidente dos EUA indicou que o líder russo estará mesmo disposto a aceitar o envio de tropas europeias para a Ucrânia como força de manutenção de paz, num recuo aparente, mostrando-se confiante de que a paz poderá ser alcançada “nas próximas semanas”. Anunciou ainda que poderá reunir-se com Zelensky “nesta semana ou na próxima” para assinar o acordo de minerais.
PORMENORES
Vitória nas nações unidas
A Assembleia Geral da ONU aprovou duas resoluções, uma europeia e outra dos EUA - mas com emendas introduzidas por países europeus -, manifestando apoio à integridade territorial da Ucrânia.
“Não poupar esforços”
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou a comunidade internacional a “não poupar esforços” para acabar com a guerra na Ucrânia e alcançar “uma paz justa e duradoura”.
Europa deve reagir
A PM dinamarquesa, Mette Frederiksen, alertou em Kiev que a Europa deve assumir rapidamente as suas novas responsabilidades. “Acredito que temos um par de meses para tomar as decisões necessárias. Depois será tarde demais”, afirmou.
OUTROS CASOS
“Paz duradoura”
O vice-MNE russo disse esta segunda-feira que a Rússia pretende “uma paz duradoura” que resolva as causas do conflito e não um “cessar-fogo apressado pelos EUA”.
Elogios a Trump
O Kremlin elogiou a “nova atitude” dos EUA em relação ao conflito, afirmando que Trump “procurou entender” as causas do conflito.
Apoio da china
O Presidente chinês, Xi Jinping, telefonou a Vladimir Putin para reafirmar a “parceria sem limites” entre a China e a Rússia no terceiro aniversário da invasão.
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