Lavrov chega a Brasília para encontro com presidente do Brasil

Encontro ocorre depois das declarações feitas por Lula da Silva, onde criticou os EUA, a União Europeia e a Ucrânia.

Sergei Lavrov, Foto: UESLEI MARCELINO
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, homem-forte do presidente do país, Vladimir Putin, chegou esta segunda-feira a Brasília para um encontro com o presidente do Brasil, Lula da Silva. O encontro ocorre num momento em que governos e diplomatas ocidentais estão surpresos, constrangidos e irritados com declarações feitas por Lula na recente visita à China, onde criticou vivamente os EUA, a União Europeia e a Ucrânia.

O encontro entre Lula e Lavrov não constava esta segunda-feira nem da agenda oficial do presidente brasileiro, que durante a manhã ficou na residência oficial, o Palácio da Alvorada, a descansar da longa viagem à Àsia, nem da agenda do ministro russo, mas fontes próximas ao governo do Brasil davam-no como certo. Segundo essas fontes, a reunião entre Lula e Lavrov deve acontecer na sede da presidência brasileira, o Palácio da Alvorada, perto das 15 horas locais, 19 horas em Lisboa, ou mais tarde, mas ainda esta segunda-feira.

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Antes do encontro com Lula, Lavrov foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, na sede da diplomacia brasileira, o Palácio Itamaraty. No encontro foram discutidas as relações dimplomáticas e comerciais entre os dois países, mas também, e principalmente, a guerra na Ucrânia, invadida por tropas russas em 24 de Fevereiro do ano passado.

Na sua passagem pela China e, no sábado, pelos Emirados Árabes Unidos, Lula da Silva acusou a Ucrânia de ser tão culpada pela invasão que sofreu quanto a própria Rússia, que a invadiu, surpreendendo e irritando muitos governos. Lula também criticou os EUA e a União Europeia, afirmando que são os responsáveis por a guerra ainda não ter terminado, ao fornecerem armamento à Ucrânia e hostilizando a Rússia.

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Lula tem tentado, até agora sem sucesso, colocar-se na posição de um líder mundial capaz de pôr fim ao conflito na Ucrânia, e propôs a criação de um grupo de países neutros para intermediarem uma solução de paz. Mas, na verdade, pelo menos nos últimos dias e não obstante o conselho de assessores para ser mais moderado, Lula não se mostrou nem um pouco neutro e fez declarações claramente favoráveis à Rússia e à China, aliada dos russos no conflito.

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