Luís Montenegro garante margem para investir na defesa
Primeiro-ministro não pretende usar facilidades europeias para investir na defesa. Hungria volta a ficar de fora no apoio da União Europeia à Ucrânia.
No último Conselho Europeu antes das eleições antecipadas, Luís Montenegro deixou esta quinta-feira expresso o desejo de voltar. “Tenho a convicção que não vai ser o último”, disse, confiante, em Bruxelas. Com as contas do País em ordem, o chefe de Governo garante que Portugal tem “muita capacidade de endividamento” para investir em defesa. Ainda assim garante que não quer dizer que Portugal não use os empréstimos europeus ou que não acione o alívio nas regras do défice. Os Estados-membros podem pedir até ao próximo mês que as regras do défice sejam aliviadas, de forma a que o investimento na defesa não abra procedimentos de défice excessivo. Uma decisão que terá consequências no próximo Governo.
Certo é que Portugal continua ao lado da Ucrânia, mas ainda não se sabe o valor de novas ajudas. “Não quantificámos”, admitiu o primeiro-ministro, ao mesmo tempo que garante que isso “não significa retirar apoio”, mas pode “significar um reforço”. Tudo depende do avançar da guerra, já que “a qualquer momento a situação pode evoluir” e ser necessário “realçar” meios.
Neste ponto, a Hungria continua de fora, já que as conclusões dos Estados-membros da UE em relação à Ucrânia foram assinadas apenas por 26, novamente. O texto final da reunião sublinha que a UE pode aplicar “novas sanções” à Rússia e que qualquer acordo de paz “tem de ser acompanhado de garantias de segurança sólidas e credíveis para a Ucrânia a fim de dissuadir uma futura agressão da Rússia”.
Na sala estiveram três portugueses. António Guterres foi convidado para esta reunião e à entrada disse que qualquer “cessar-fogo é bem-vindo”, mas que é essencial que isso seja um caminho para a uma “paz justa”. António Costa, por seu lado, reforçou que “é muito importante a luta pela paz na Ucrânia, Gaza e Sudão”. O Conselho Europeu criticou o fim do cessar-fogo em Gaza e insistiu na solução de dois Estados.
“Portugal em todas as frentes”
Luís Montenegro publicou uma foto nas redes sociais ao lado do presidente do Conselho Europeu, António Costa, e do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “No Conselho Europeu em que debatemos também o multilateralismo e os múltiplos desafios” da ONU, escreveu, rematando: “Portugal em todas as frentes.”
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