Ministros da Defesa olham para plano que paz que exclui União Europeia e apoio para o inverno

Portugal será representado pelo secretário de Estado Adjunto e da Política de Defesa Nacional, Nuno Pinheiro Torres.

01 de dezembro de 2025 às 07:46
Ministros da Defesa olham para plano que paz que exclui UE e apoio para o inverno Foto: AP
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Os ministros da Defesa da União Europeia (UE) encontram-se, esta segunda-feira, em Bruxelas para discutir o apoio militar para a Ucrânia, face à chegada do inverno, e o plano de paz.

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, não vai estar na reunião, a última deste ano, e o Governo vai ser representado pelo secretário de Estado Adjunto e da Política de Defesa Nacional, Nuno Pinheiro Torres.

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A reunião é encabeçada pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, e também vão participar o ministro da Defesa ucraniano, Denys Shmyhal, e a subsecretária-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Radmila Shekerinska.

Com a chegada do inverno, que vai impossibilitar quaisquer movimentações no território ucraniano devido à acumulação de neve, a Ucrânia, a UE e a NATO esperam que o conflito assuma os mesmos moldes dos últimos anos: bombardeamentos russos a infraestruturas energéticas para tentar cortar o aquecimento e pressionar a população de um país há quase quatro anos a tentar repelir a invasão russa.

Em simultâneo, os governantes da UE vão discutir os investimentos que têm de ser feitos na área da defesa e a cooperação entre Estados-membros para os próximos cinco anos.

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Mas o tópico mais importante da reunião continua a ser a perspetiva de um cessar-fogo na Ucrânia e um possível acordo de paz, depois da apresentação de uma proposta nesse sentido pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

No entanto, a proposta tinha várias 'linhas vermelhas' para este lado do Atlântico, nomeadamente a cedência à Rússia de todo o território que anexou desde fevereiro de 2022 e também a península da Crimeia (ocupada em 2014), a redução para metade do número militares das Forças Armadas da Ucrânia (para cerca de 400.000), e foi desenhado excluindo a União Europeia de todo o processo.

A UE fez soar imediatamente os alarmes em relação a esta proposta, criticando a exclusão do bloco comunitário europeu do esboço para a arquitetura de segurança do continente inteiro.

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Reuniões posteriores, em Genebra (Suíça), entre autoridades norte-americanas e ucranianas cortaram parte dos 28 pontos iniciais.

Mas na sexta-feira, o Presidente dos EUA considerou a possibilidade de reconhecer os territórios ucranianos anexados como parte da Rússia, continuando uma ideia proposta pelo homólogo russo, Vladimir Putin, de que acabaria com a guerra se ficasse com os territórios ocupados.

Depois de reuniões com as autoridades ucranianas que pareciam promissoras para o país invadido e uma vez que a UE continua a ser excluída de todo o processo, os ministros deverão abordar esta proposta na reunião desta segunda-feira.

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Na sexta-feira, o Governo português aprovou a candidatura formal de Portugal ao programa europeu de empréstimos para a Defesa Ação Securitária para a Europa (SAFE, na sigla em inglês), no valor de 5,8 mil milhões de euros, e anunciou que vai investir 280 milhões na reabilitação da frota de blindados Pandur.

Com a aproximação do prazo para a apresentação das candidaturas, no último domingo, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse na sexta-feira que o executivo tinha dado luz verde à candidatura portuguesa e que a despesa se destina a "diversos equipamentos e capacidades militares para as Forças Armadas portuguesas".

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