Países europeus insistem em missão de paz na Ucrânia
França e Reino Unido vão liderar planos para criar ‘Força de Tranquilização’ que será enviada para a Ucrânia após acordo de paz.
Os líderes europeus reafirmaram esta quinta-feira o apoio total à Ucrânia, rejeitaram um levantamento “prematuro” das sanções à Rússia e insistiram na criação de uma ‘Força de Tranquilização’ para enviar para o terreno após um futuro acordo de paz, apesar da oposição declarada de Moscovo.
Reunidos em Paris na terceira cimeira da ‘Coligação de Interessados’, que reúne os países europeus e outros aliados de Kiev como o Canadá e a Turquia, mas não os EUA, os líderes presentes reiteraram que a Ucrânia deve estar na “melhor posição possível” para negociar a paz e que isso passa pela continuação do apoio militar.
Sobre o envio de uma ‘Força de Tranquilização’ europeia após um futuro acordo de paz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reconheceu que não há unanimidade. “Mas não precisamos de unanimidade para avançar”, sublinhou, adiantando que os países presentes encarregaram a França e o Reino Unido de liderar o processo. “Nos próximos dias”, os chefes militares britânico, francês e alemão irão visitar Kiev para iniciar o necessário planeamento juntamente com os responsáveis ucranianos, avançou o Presidente francês, adiantando que a futura força militar “não irá ficar estacionada junto à linha da frente”, mas antes em “locais estratégicos” como força de dissuasão contra uma nova agressão russa. O Kremlin, recorde-se, rejeita terminantemente o envio de forças militares europeias para a Ucrânia, tendo esta quinta-feira avisado que a missão de paz não passa de uma desculpa para uma “intervenção militar europeia” no país.
Macron disse ainda que a Europa “deve estar preparada para qualquer cenário”, incluindo a possibilidade de os EUA não oferecerem apoio ou garantias de segurança à futura força europeia de manutenção de paz.
Os aliados de Kiev frisaram ainda que “esta não é a altura” para um alívio das sanções à Rússia, depois de os EUA terem admitido que poderiam levantar algumas medidas, incluindo o acesso dos bancos russos ao sistema internacional de pagamentos bancários SWIFT, em troca de um cessar-fogo no mar Negro. “Para nós é absolutamente claro que a Rússia está apenas a tentar adiar, a jogar jogos”, disse o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sobre as exigências de Moscovo.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mostrou-se, por seu lado, “motivado” com os resultados da cimeira, afirmando que os objetivos da ‘Coligação de Interessados’ “estão mais definidos e fortes”, tendo ainda sublinhado que a Ucrânia “precisa que os EUA sejam mais fortes com a Rússia”.
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Zelensky quer resposta
O Presidente ucraniano acusou a Rússia de violar o cessar-fogo energético ao atacar na última madrugada infraestruturas elétricas na cidade de Kherson. “Estamos à espera da reação dos EUA, uma vez que garantiram que iriam responder a todas as violações do cessar-fogo”, disse Volodymyr Zelensky.
“Manter a pressão”
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta quinta-feira que a União Europeia “tem de manter a pressão” sobre a Rússia através da manutenção das sanções. “A melhor forma de ajudar a Ucrânia é mantermo-nos fiéis aos nosso objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura”, sublinhou.
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