Putin adverte para possível efeito catastrófico das sanções ocidentais

Presidente da Rússia disse ainda que as sanções impostas "causam muito mais danos" aos países que as impõem.

08 de julho de 2022 às 17:30
putin, ameaças, guerra da ucrânia, ocidente, mísseis, rússia Foto: CMTV
Partilhar

O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu esta sexta-feira que as sanções ocidentais impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia poderão ter consequências catastróficas para o mercado global de energia.

"Uma maior utilização da política de sanções pode levar a consequências ainda mais graves, sem exageros, mesmo catastróficas para o mercado global da energia", alertou Putin, citado pela agência francesa AFP, durante uma reunião do Governo.

Pub

Putin disse ainda que as sanções contra a Rússia "causam muito mais danos" aos países que as impõem, uma ideia que tem repetido com insistência ao referir-se ao aumento dos preços da energia no Ocidente.

O líder russo congratulou-se por outros países estarem a resistir às exigências ocidentais de aumentar a produção petrolífera para compensar o boicote ao petróleo russo e evitar a subida dos preços.

Pub

A União Europeia (UE) e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

As sanções incluem um embargo ao petróleo russo imposto pela UE, Estados Unidos e Reino Unido.

Na reunião com o executivo, segundo a agência russa TASS, Putin disse que as sanções da UE, em particular o recente embargo petrolífero, não foram inesperadas para a Rússia.

Pub

Admitiu, no entanto, que as sanções "estão a prejudicar" a economia russa.

"Precisamos de nos sentir confiantes, mas os riscos permanecem tanto para as indústrias individuais como para o mercado de trabalho", disse.

Para contrariar os efeitos das sanções, Putin defendeu a "construção de infraestruturas" para aumentar a capacidade de enviar gás para todas as regiões da Rússia.

Pub

Pediu também às companhias russas do setor que procurem "diversificar as exportações para mercados promissores no sul e no leste".

"O Governo está a trabalhar em opções para o desenvolvimento das infraestruturas ferroviárias, marítimas e de oleodutos para o fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos russos a países amigos", acrescentou, citado pela TASS.

Em resposta às sanções ocidentais, a Rússia cortou nas últimas semanas o fornecimento de gás a países europeus, que continuam fortemente dependentes dos hidrocarbonetos russos, apesar dos recentes esforços para diversificar os fornecedores.

Pub

O trânsito de gás russo através da Ucrânia atingiu o seu nível mais baixo de sempre em junho, segundo a AFP.

A Alemanha vai ficar sem gás russo a partir de segunda-feira, pelo menos temporariamente, devido a trabalhos de manutenção no gasoduto Nord Stream 1, que liga os dois países.

Como resultado destas consequências da guerra na Ucrânia, que entrou esta sexta-feira no 135.º dia, os preços da energia dispararam, alimentando um aumento da inflação que poderá ter um impacto duradouro no consumo e no crescimento.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar