“Querem reduzir Mariupol a cinzas”: Autoridades ucranianas acusam forças russas de bombardearem cidade
80% das infraestruturas da cidade foram destruídas e 200 mil civis lutam pela vida em condições cada vez mais desesperadas.
As autoridades ucranianas acusaram esta terça-feira as forças russas de pretenderem “reduzir a cinzas” a cidade de Mariupol, onde cerca de 200 mil civis lutam pela sobrevivência em condições cada vez mais desesperadas e sob bombardeamento constante.
“Não resta nada”, disse esta terça-feira o Presidente Volodymyr Zelensky num apelo emocionado ao Parlamento italiano, horas depois de o conselho municipal de Mariupol ter revelado que 80% das infraestruturas da cidade foram atingidas pelos bombardeamentos russos, um terço das quais de forma irreparável.
“É cada vez mais claro que os ocupantes não estão interessados na cidade de Mariupol. Querem apenas arrasá-la, reduzi-la a cinzas numa terra morta”, acusou o conselho municipal.
A cidade portuária, que no domingo rejeitou um ultimato para se render, está cercada há três semanas pelas tropas russas, que cortaram a água, a eletricidade e o aquecimento e impedem o envio de comida e medicamentos, bem como a retirada de civis. Há combates nas ruas e ainda esta terça-feira a cidade foi abalada pela explosão de duas enormes bombas. Devido aos constantes bombardeamentos, os serviços de emergência estão a ter grandes dificuldades para socorrer os feridos, incluindo as centenas de civis que estarão presos nos escombros de um teatro e de uma escola bombardeados na semana passada.
Os poucos civis que conseguiram escapar descrevem um cenário de pesadelo, com cadáveres nas ruas, valas comuns improvisadas e uma cidade em ruínas. “A minha cidade está completamente destruída. Eu, a minha família e os meus amigos já não temos casa. As pessoas escondem-se nas caves mas já nem isso as salva porque os russos estão a usar bombas mais potentes. Três crianças que conhecia morreram de sede. Estamos no século XXI e há crianças a morrerem de sede na minha cidade e outras a morrerem de fome”, relatou esta terça-feira à BBC Victoria, uma refugiada que conseguiu fugir da Mariupol.
"Putin está encurralado"
Por isso está a usar mísseis hipersónicos, referiu Biden, alertando para o que pode vir a seguir. O facto de a Rússia “estar a sugerir que a Ucrânia possui armas biológicas e químicas é um sinal claro de que ele [Putin] está a ponderar usá-las”, disse.
Putin “já usou essas armas no passado”, lembrou Biden, alertando que isso deve levar-nos “a ter cuidado com o que pode estar para acontecer”.
Sem explicar o que está em causa, Biden fez um avisa a Putin, dizendo: “Ele sabe que haverá consequências graves devido à frente unida da NATO.” Biden, refira-se, visita esta semana a Europa para debater sanções mais duras à Rússia.
Zelensky admite discutir questões territoriais
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta terça-feira estar disposto a debater a questão dos territórios ucranianos ocupados, mas insistiu que não será possível negociar a paz sem um encontro direto com Vladimir Putin. "Estou pronto para um encontro para abordar a questão dos territórios ocupados [Crimeia, Donetsk e Lugansk], mas a solução para isso não surgirá nesse encontro", admitiu, explicando que isso precisa de tempo e requer certas condições, como um cessar-fogo, a retirada das tropas e garantias de segurança.
Russos só Têm comida e munições para 3 dias
O Ministério da Defesa da Ucrânia alegou que as forças russas "só têm comida e munições para três dias" e estão a ter grandes dificuldades para reabastecer os veículos com combustível.
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