“Querem reduzir Mariupol a cinzas”: Autoridades ucranianas acusam forças russas de bombardearem cidade

80% das infraestruturas da cidade foram destruídas e 200 mil civis lutam pela vida em condições cada vez mais desesperadas.

23 de março de 2022 às 01:30
Cidade portuária de Mariupol está cercada há três semanas pelas forças russas e os bombardeamentos são constantes, impedindo a retirada de civis e o envio de ajuda humanitária Foto: Getty Images
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Destruição em Mariupol Foto: Reuters
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Mariupol, cidade ucraniana devastada pela guerra Foto: Reuters
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Mariupol

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As autoridades ucranianas acusaram esta terça-feira as forças russas de pretenderem “reduzir a cinzas” a cidade de Mariupol, onde cerca de 200 mil civis lutam pela sobrevivência em condições cada vez mais desesperadas e sob bombardeamento constante.

“Não resta nada”, disse esta terça-feira o Presidente Volodymyr Zelensky num apelo emocionado ao Parlamento italiano, horas depois de o conselho municipal de Mariupol ter revelado que 80% das infraestruturas da cidade foram atingidas pelos bombardeamentos russos, um terço das quais de forma irreparável.

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“É cada vez mais claro que os ocupantes não estão interessados na cidade de Mariupol. Querem apenas arrasá-la, reduzi-la a cinzas numa terra morta”, acusou o conselho municipal.

A cidade portuária, que no domingo rejeitou um ultimato para se render, está cercada há três semanas pelas tropas russas, que cortaram a água, a eletricidade e o aquecimento e impedem o envio de comida e medicamentos, bem como a retirada de civis. Há combates nas ruas e ainda esta terça-feira a cidade foi abalada pela explosão de duas enormes bombas. Devido aos constantes bombardeamentos, os serviços de emergência estão a ter grandes dificuldades para socorrer os feridos, incluindo as centenas de civis que estarão presos nos escombros de um teatro e de uma escola bombardeados na semana passada.

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Os poucos civis que conseguiram escapar descrevem um cenário de pesadelo, com cadáveres nas ruas, valas comuns improvisadas e uma cidade em ruínas. “A minha cidade está completamente destruída. Eu, a minha família e os meus amigos já não temos casa. As pessoas escondem-se nas caves mas já nem isso as salva porque os russos estão a usar bombas mais potentes. Três crianças que conhecia morreram de sede. Estamos no século XXI e há crianças a morrerem de sede na minha cidade e outras a morrerem de fome”, relatou esta terça-feira à BBC Victoria, uma refugiada que conseguiu fugir da Mariupol.

"Putin está encurralado"

Por isso está a usar mísseis hipersónicos, referiu Biden, alertando para o que pode vir a seguir. O facto de a Rússia “estar a sugerir que a Ucrânia possui armas biológicas e químicas é um sinal claro de que ele [Putin] está a ponderar usá-las”, disse.

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Putin “já usou essas armas no passado”, lembrou Biden, alertando que isso deve levar-nos “a ter cuidado com o que pode estar para acontecer”.

Sem explicar o que está em causa, Biden fez um avisa a Putin, dizendo: “Ele sabe que haverá consequências graves devido à frente unida da NATO.” Biden, refira-se, visita esta semana a Europa para debater sanções mais duras à Rússia.

Zelensky admite discutir questões territoriais

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta terça-feira estar disposto a debater a questão dos territórios ucranianos ocupados, mas insistiu que não será possível negociar a paz sem um encontro direto com Vladimir Putin. "Estou pronto para um encontro para abordar a questão dos territórios ocupados [Crimeia, Donetsk e Lugansk], mas a solução para isso não surgirá nesse encontro", admitiu, explicando que isso precisa de tempo e requer certas condições, como um cessar-fogo, a retirada das tropas e garantias de segurança.

Russos só Têm comida e munições para 3 dias

O Ministério da Defesa da Ucrânia alegou que as forças russas "só têm comida e munições para três dias" e estão a ter grandes dificuldades para reabastecer os veículos com combustível.

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