Rússia ataca Ucrânia com 653 drones e 50 mísseis
Ataque mais violento aconteceu em Fastiv, onde 30 drones impactaram na estação ferroviária. Frio atinge 40 mil habitações em Kherson. Em Odessa, 34 mil pessoas estão sem água.
Um ataque em massa russo com 653 drones do tipo Shahed, 36 mísseis de cruzeiro e 14 mísseis balísticos atingiu durante a madrugada deste sábado parte significativa do território ucraniano, espalhando o terror entre a população civil e destruindo importantes infraestruturas energéticas do país. A Força Aérea da Ucrânia estima que esta ofensiva tenha provocado 60 detonações em 29 localidades.
O ataque mais violento aconteceu em Fastiv, onde 30 drones impactaram na estação ferroviária, que ficou em ruínas, e nas oficinas de manutenção da empresa ucraniana de caminhos de ferro onde um incêndio, que durou mais de 10 horas, cobriu a cidade de negro e danificou uma quantidade significativa de material circulante. O mercado contíguo sofreu danos provocados pelas ondas de choque do ataque, que só causou feridos ligeiros. “Temos três comboios que estavam em reparação e que estão destruídos. Todos os outros equipamentos estão a ser restaurados e serão reparados rapidamente”, disse o CEO dos caminhos de ferro ucranianos, que visitou Fastiv durante a manhã. Pertsovkyi nem sequer entende o porquê dos alvos: “O ataque foi contra um depósito suburbano. Nem sequer é uma oficina onde se faz a manutenção de comboios elétricos...”, acrescentou. Mas a escolha de Fastiv, no ‘oblast’ de Kiev, para este ataque não é inocente.
A inteligência russa tem bem identificados os lugares sem qualquer defesa antiaérea e explora essa vulnerabilidade nos seus ataques sistematizados. Esta ofensiva russa voltou a visar, essencialmente, a eficaz rede ferroviária da Ucrânia e unidades de produção e distribuição de energia. As regiões de Chernihiv, Kharkiv, Mykolaiv, Zaporizhzhia, Lviv e Dnipropetrovsk foram também alvo deste ataque, que destruiu uma fábrica de medicamentos e várias habitações em Dnipro. Em Kherson, a destruição de uma central de aquecimento está a deixar ao frio os habitantes de mais de 40 mil habitações, enquanto em Odessa há 34 mil pessoas sem abastecimento de água.
Zelensky regressa a Londres
Enquanto no campo de batalha os confrontos continuam com uma desvantagem clara para as forças ucranianas, mantêm-se as ações político-diplomáticas com vista a um cessar-fogo. Amanhã, Zelensky estará em Londres, no Reino Unido, para uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Friedrich Merz.
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