Trump e Putin dividem território e centrais energéticas ucranianas

Presidente dos EUA discute esta terça-feira com o líder russo proposta de cessar-fogo de 30 dias. Concessões territoriais e divisão de ativos ucranianos na agenda.

18 de março de 2025 às 01:30
Putin e Trump Foto: DR
Partilhar

Donald Trump vai falar esta terça-feira ao telefone com Vladimir Putin para “tentar acabar com a guerra na Ucrânia”. Na agenda de conversa, segundo o Presidente norte-americano, estarão possíveis concessões territoriais e a partilha de alguns ativos ucranianos, incluindo centrais energéticas.

“Foi feito muito trabalho no fim de semana. Queremos ver se conseguimos pôr fim a esta guerra. Talvez consigamos fazê-lo, talvez não, mas acho que temos uma excelente oportunidade”, disse Trump aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One na viagem de regresso a Washington, após passar o fim de semana na Florida. “Vamos falar de território e vamos falar de centrais energéticas. Penso que muitas coisas já foram discutidas por ambos os lados, a Ucrânia e a Rússia. Estamos a falar sobre isso, sobre a divisão de alguns ativos”, acrescentou Trump, dando a entender que as negociações de bastidores se encontram numa fase avançada.

Pub

O Presidente dos EUA recusou revelar mais pormenores, mas analistas acreditam que a referência a “centrais energéticas” estará relacionada, entre outras, com a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que foi capturada pelos russos nos primeiros meses da guerra.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, que na semana passada esteve reunido com Putin em Moscovo, disse no fim de semana que o Presidente russo está “cautelosamente otimista” de que é possível alcançar um acordo para acabar com a guerra, adiantando que Putin “aceita a filosofia” por detrás da iniciativa de paz liderada por Trump. “As conversações foram positivas e orientadas para a busca de soluções”, revelou Witkoff à CNN.

Na semana passada, o Presidente russo disse “concordar em princípio” com a ideia de um cessar-fogo de 30 dias - já aceite pela Ucrânia -, mas avisou que há muitas questões por resolver. Esta segunda-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, garantiu que a Rússia exigirá “garantias de segurança blindadas” num eventual acordo de paz, incluindo “o estatuto neutral da Ucrânia e a recusa dos países da NATO em aceitá-la na Aliança”. Grushko voltou ainda a rejeitar a possibilidade do envio de forças de manutenção de paz europeias para a Ucrânia após um eventual cessar-fogo.

Pub

PORMENORES

ADESÃO “SIGNIFICATIVA”

Um “número significativo” de países europeus mostrou-se disponível para enviar tropas para a Ucrânia no âmbito de uma futura missão de paz, indicou esta segunda-feira o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Pub

DISCUSSÃO É “EXTEMPORÂNEA”

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse esta segunda-feira que é “totalmente extemporâneo” discutir a participação de Portugal numa eventual missão de manutenção de paz na Ucrânia. “O que Portugal tem dito sempre - e que eu reafirmo - é que estará sempre disponível para, no quadro da UE ou outros, contribuir para ajudar a Ucrânia”, disse Rangel.

“RÚSSIA NÃO QUER A PAZ”

Pub

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, disse esta segunda-feira que as condições exigidas pela Rússia para aceitar o cessar-fogo “mostram que não deseja realmente a paz”.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar