Ucrânia corre o risco de "perder a dignidade" ou o apoio dos EUA: a resposta de Zelensky à proposta de paz de Trump
Apesar do dilema, o líder ucraniano garante que a Ucrânia "trabalhará com calma" e rapidez com os EUA e os seus parceiros para colocar fim à guerra.
Num discurso de 10 minutos esta sexta-feira ao povo ucraniano, versando o plano de paz desenhado pelos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky alertou que a Ucrânia pode enfrentar uma escolha muito difícil, entre perder a dignidade ou um parceiro fundamental, numa referência aos EUA, que estão a pressionar a Ucrânia a aceitar um plano para acabar com a guerra com a Rússia.
“A pressão sobre a Ucrânia está agora no seu ponto mais intenso. A Ucrânia pode estar diante de uma escolha muito difícil: ou a perda da dignidade, ou o risco de perder um parceiro fundamental, ou os 28 pontos difíceis, ou um inverno extremamente rigoroso”, disse Zelensky.
"Hoje é um dos momentos mais difíceis da nossa história", prosseguiu o presidente ucraniano, acrescentando: “Os riscos mais difíceis e iminentes são uma vida sem liberdade, sem dignidade, sem justiça, e acreditar em alguém que já nos atacou duas vezes."
Na mesma mensagem, Zelensky diz que se recusa a trair a nação e anunciou que vai propor alternativas ao plano dos Estados Unidos para o conflito com a Rússia. "Apresentarei argumentos, persuadirei e proporei alternativas", disse o líder ucraniano.
A Ucrânia "trabalhará com calma" e rapidez com os EUA e os seus parceiros para o fim da guerra, finalizou Zelensky.
Em causa está o plano de paz de 28 pontos proposto pela administração norte-americana à Ucrânia e à Rússia para colocar um ponto final na guerra. Um dos pontos que gera maior controvérsia é a possível perda de território por parte de Kiev. Mas existem também questões ligadas ao armamento.
O presidente norte-americano quer que a Ucrânia assine o plano para o fim da guerra com a Rússia antes de quinta-feira (27), Dia de Ação de Graças, noticiou esta sexta-feira o jornal Washington Post.
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