"Verdade" sobre fugas em gasodutos Nord Stream "surpreenderia" europeus

Gasodutos Nord Stream estiveram no centro de uma controvérsia geopolítica, ainda antes do conflito na Ucrânia.

21 de outubro de 2022 às 15:06
Gasoduto; Nord Stream Foto: Reuters
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O Kremlin disse esta sexta-feira que os europeus ficariam "surpreendidos" se soubessem a verdade sobre as explosões na origem das fugas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportam gás russo para a Europa.

A Rússia tem repetido apelos, ignorados pelos países ocidentais, para ser incluída na investigação internacional sobre as fugas, que ocorreram no mês passado, em plena guerra na Ucrânia e no contexto de disputas sobre a distribuição de gás entre a Rússia e a União Europeia.

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Entre os países ocidentais, a Rússia é suspeita de ter sabotado os gasodutos Nord Stream, desencadeando as explosões em ambas as infraestruturas a 26 de setembro, assunto que foi abordado numa reunião de ministros da Defesa da NATO já este mês.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse esta sexta-feira que Moscovo está a trabalhar "intensamente" para ser incluída na investigação, depois de esta semana ter dito que o Ocidente se prepara para culpar a Rússia.

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"Até agora, deparámos com um muro de relutância em lançar luz sobre a verdade, que certamente surpreenderá muita gente nos países europeus, se for tornada pública", denunciou Peskov.

"Nem os alemães, nem os suecos, nem os dinamarqueses compartilham informações connosco", lamentou o porta-voz da presidência russa, referindo-se aos países envolvidos na investigação internacional às fugas nos gasodutos.

Em 12 de outubro, o Presidente russo, Vladimir Putin, classificou como ato de "terrorismo internacional" as explosões que provocaram as fugas, dizendo que beneficiavam os Estados Unidos, Polónia e Ucrânia, e desafiou o Presidente norte-americano, Joe Biden, a admitir que o país fora responsável por esse ato.

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou antes da recente reunião de ministros da Defesa que a Aliança "na sequência da sabotagem dos gasodutos Nord Stream reforçou ainda mais a vigilância em todos os domínios", nomeadamente "duplicando a presença nos mares Báltico e do Norte para mais de 30 navios apoiados por aeronaves de patrulha marítima e capacidades submarinas".

"Os Aliados estão também a aumentar a segurança em torno de instalações chave e a intensificar a partilha de informações", adiantou o líder da Aliança Atlântica, prometendo "novas medidas para reforçar a resiliência e proteger as infraestruturas críticas".

Os gasodutos Nord Stream estiveram no centro de uma controvérsia geopolítica, ainda antes do conflito na Ucrânia, quando Kiev e Washington se opuseram à sua construção, alegando riscos para a dependência europeia da energia russa.

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