Depois de ser aplaudido por todo o plenário do Parlamento Europeu, Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia partilha "o modo de vida europeu" com os restantes 27 Estados-membros.
"Esta guerra total não é por um território nesta ou naquela parte da Europa", advertiu, acrescentando que na Rússia "há um ditador, com imensos recursos e reservas de armamento soviético e de outros regimes ditatoriais, em específico o Irão".
Zelensky apontou ainda o dedo a Moscovo, que, "cinicamente, ano após anos, quer destruir valores, como o da vida humana, que foi destruído pelas autoridades" da Federação Russa: "Ninguém é valioso para eles, a não ser quem está no Kremlin. 140 milhões de pessoas para eles são apenas corpos capazes de carregar armas [...], para que todos continuem obedientes", acusou.
"É a supremacia da obediência", acrescentou, de um Governo que "investe na xenofobia e quer normalizá-la".
E a "resposta para isso é um 'não'", prosseguiu o Presidente da Ucrânia, que deixou também um recado a todos os que o escutavam: "As pré-condições para os nossos sonhos são a paz e a segurança."
"Se vencer, essa força antieuropeia vai acabar com isso tudo. Só a nossa vitória vai impedir isso tudo e tem de ser obrigatória", completou.
Durante o discurso, Volodymyr Zelensky enunciou vários profissionais, desde jornalistas, agricultores, médicos, militares, forças de segurança, socorristas, entre outros, e agradeceu-lhes pelo auxílio que prestaram à população da Ucrânia que desde 24 de fevereiro encontrou refúgio da guerra noutros países.
"A Europa nunca dependeu de políticos e isso não pode ser a ilusão agora. Todos nós interessamos, todos somos fortes, todos somos capazes de influenciar o nosso resultado comum, a nossa vitória comum", defendeu.
Mais tarde, em conferência de imprensa estiveram reunidos com Zelensky, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, para responder às perguntas dos jornalistas.
Entre muitos aspetos, Ursula defendeu que a "Rússia tem que pagar pela destruição que causou e pelo sangue que derramou". A presidente da Comissão Europeia assegurou que vão ser tomadas medidas em relação aos crimes cometidos pelo país, e que o primeiro passo é recolher provas para depois se proceder à criação de um tribunal.
Zelensky manteve o mesmo tom que no discurso que tinha adotado nas intervenções anteriores, agradecendo à Europa o apoio prestado. Sobre as negociação de reforço de armas e equipamento, o presidente ucraniano admitiu que não tem o direito de "regressar a casa sem resultados".