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"Aquilo que a Ucrânia tem estado a fazer é lutar contra esta guerra anti-europeia", afirma Zelensky

Presidente ucraniano está esta quinta-feira presente no Parlamento Europeu.
Correio da Manhã e Lusa 9 de Fevereiro de 2023 às 10:21
Zelensky
Zelensky FOTO: Julien de Rosa
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está esta quinta-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Durante o discurso no Conselho da Europa, Zelensky referiu que "aquilo que a Ucrânia tem estado a fazer é lutar contra a guerra anti-europeia" e acusou o Kremlin de tentar destruir os valores europeus. 

Entre os vários aspetos abordados, o presidente ucraniano defendeu que é nos valores da Europa que os ucranianos se sentem em casa e que a guerra acontece porque o "regime russo quer cortar a ligação europeia à Ucrânia". 

"Esta é a nossa Europa, estas são as nossas regras, este é o nosso modo de vida [...], e é o caminho para casa. Estou aqui hoje para defender o caminho para casa da nossa população, de todos os ucranianos, de todas as idades, de todas as orientações políticas, de todos os estratos sociais, de todas as convicções religiosas, todos partilhamos esta história europeia comum", sustentou.

O Presidente da Ucrânia insistiu que a adesão à União Europeia "é o caminho para casa" e a vitória na guerra "é obrigatória", sob pena de a maior "força antieuropeia" acabar com "o modo de vida europeu".

Depois de ser aplaudido por todo o plenário do Parlamento Europeu, Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia partilha "o modo de vida europeu" com os restantes 27 Estados-membros.

"Esta guerra total não é por um território nesta ou naquela parte da Europa", advertiu, acrescentando que na Rússia "há um ditador, com imensos recursos e reservas de armamento soviético e de outros regimes ditatoriais, em específico o Irão".

Zelensky apontou ainda o dedo a Moscovo, que, "cinicamente, ano após anos, quer destruir valores, como o da vida humana, que foi destruído pelas autoridades" da Federação Russa: "Ninguém é valioso para eles, a não ser quem está no Kremlin. 140 milhões de pessoas para eles são apenas corpos capazes de carregar armas [...], para que todos continuem obedientes", acusou.

"É a supremacia da obediência", acrescentou, de um Governo que "investe na xenofobia e quer normalizá-la".

E a "resposta para isso é um 'não'", prosseguiu o Presidente da Ucrânia, que deixou também um recado a todos os que o escutavam: "As pré-condições para os nossos sonhos são a paz e a segurança."

"Se vencer, essa força antieuropeia vai acabar com isso tudo. Só a nossa vitória vai impedir isso tudo e tem de ser obrigatória", completou.

Durante o discurso, Volodymyr Zelensky enunciou vários profissionais, desde jornalistas, agricultores, médicos, militares, forças de segurança, socorristas, entre outros, e agradeceu-lhes pelo auxílio que prestaram à população da Ucrânia que desde 24 de fevereiro encontrou refúgio da guerra noutros países.

"A Europa nunca dependeu de políticos e isso não pode ser a ilusão agora. Todos nós interessamos, todos somos fortes, todos somos capazes de influenciar o nosso resultado comum, a nossa vitória comum", defendeu.

Mais tarde, em conferência de imprensa estiveram reunidos com Zelensky, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, para responder às perguntas dos jornalistas.

Entre muitos aspetos, Ursula defendeu que a "Rússia tem que pagar pela destruição que causou e pelo sangue que derramou". A presidente da Comissão Europeia assegurou que vão ser tomadas medidas em relação aos crimes cometidos pelo país, e que o primeiro passo é recolher provas para depois se proceder à criação de um tribunal. 

Zelensky manteve o mesmo tom que no discurso que tinha adotado nas intervenções anteriores, agradecendo à Europa o apoio prestado. Sobre as negociação de reforço de armas e equipamento, o presidente ucraniano admitiu que não tem o direito de "regressar a casa sem resultados". 

Em atualização
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