A edição de hoje
Presidente ucraniano enfrenta o maior caso de corrupção no país e não esconde o seu mal-estar.
O maior caso de corrupção na Ucrânia está a ameaçar os alicerces do Executivo liderado por Volodymyr Zelensky e a polarizar, ainda mais, a sociedade ucraniana em redor do Presidente, que enfrenta uma guerra contra a Rússia que está a fragilizar o país dia após dia. E nem a demissão, ontem, do braço-direito de Zelensky parece amenizar a ira popular contra o Executivo de Kiev. Pelo contrário, o caso está a promover, ainda mais, a descrença no sucesso de um processo de paz oscilante, sem pontos claramente definidos nem apoios suficientemente capazes de ancorar uma posição ucraniana que não seja a de capitular perante a Rússia agressora.
Andriy Yermak, chefe do Gabinete da Presidência, apresentou a demissão do cargo horas após a realização de buscas, feitas pelo Departamento Nacional Anticorrupção da Ucrânia, tendo como alvo um dos colaboradores mais próximos de Volodymyr Zelensky.
Esta não é a primeira vez que o processo de corrupção em volta da Energoatom, a empresa que gere em exclusivo a energia nuclear da Ucrânia, chega perto dos colaboradores do Presidente, nomeadamente ministros.
O caso tem já oito suspeitos indiciados e todo o esquema será liderado por Timur Mindich, um antigo sócio de Zelensky que abandonou a Ucrânia pouco antes deste caso rebentar.
“Haverá uma reformulação no Gabinete da Presidência”, disse Zelensky após a saída do seu colaborador e figura-chave no atual processo negocial para a paz no país.
Esta circunstância levou o Presidente ucraniano a manifestar-se “grato” a Andriy Yermak “por sempre ter apresentado a posição da Ucrânia nas negociações [no âmbito do cessar-fogo] exatamente como deveria ser”.
Mas o Presidente Zelensky não escondeu o mal-estar do caso Andriy Yermak ao informar que pretendia “evitar rumores e especulações” sobre o assunto.
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