page view

Eslováquia ameaça Kiev com retaliações por cortar passagem de gás russo

Fim do pacto de Kiev com a Gazprom é considerado histórico.

28 de dezembro de 2024 às 00:18

 O primeiro-ministro eslovaco ameaçou esta sexta-feira a Ucrânia com medidas de retaliação, como o corte de fornecimento de eletricidade de emergência, caso Kiev cumpra o plano de interromper, na quarta-feira, a passagem de gás natural russo para a Europa Central.

"Depois do primeiro dia de janeiro iremos considerar a situação e as possibilidades de medidas recíprocas contra a Ucrânia", sublinhou Robert Fico, num vídeo publicado esta sexta-feia na sua conta na rede social Facebook.

As declarações do governante eslovaco referem-se à decisão do Governo ucraniano de não prorrogar a validade do contrato com o consórcio russo de gás Gazprom, que expira em 31 de dezembro.

"Se isto se tornar inevitável, interromperemos o fornecimento de eletricidade, de que a Ucrânia necessita urgentemente em caso de cortes na rede, ou chegaremos a acordo sobre outro tipo de ação", alertou Fico, na sua mensagem.

O trânsito do gás russo através do território ucraniano será interrompido às 06h00 (hora de Lisboa) do dia 1 de janeiro, conforme confirmado há uma semana pelo primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, perante o Parlamento do seu país.

O fim do pacto de Kiev com a Gazprom é considerado histórico, uma vez que a Ucrânia tem sido fundamental para o transporte de gás russo para a Europa desde que conquistou a independência em 1991.

A decisão marca uma rutura decisiva com a Rússia, um país que utilizou frequentemente a sua dependência do vizinho para impor a sua vontade política e económica, cortando o fornecimento de gás em 2009 e 2015.

A Ucrânia cobre plenamente as suas necessidades com o seu próprio gás, em parte devido à queda da produção industrial devido à guerra lançada pela Rússia contra o seu território.

Embora Kiev não importe hidrocarbonetos russos desde 2015, até agora tinha facilitado o seu trânsito para outros países europeus.

As autoridades eslovacas asseguram que, embora continue a depender em grande parte do gás russo que chega através da Ucrânia, o país não enfrentará problemas de abastecimento graças ao nível de gás armazenado nos depósitos e a uma diversificação de possíveis fornecedores.

Mas Fico, considerado pró-Rússia, afirma que as rotas alternativas vão aumentar os preços do gás na Europa e também privar a Eslováquia dos cerca de 500 milhões de euros anuais que ganha com as taxas de trânsito do gás natural russo para outros países da região.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8