Chefe de Estado considera que o contrário seria "deitar fora" posições defendidas ao longo dos mais de três anos de conflito e "seria um precedente gravíssimo".
O Presidente da República disse esta sexta-feira que vê com alegria a oposição da Europa ao plano de paz proposto pelos Estados Unidos para o conflito entre Rússia e Ucrânia, já que tal seria "à custa da rendição" deste país.
"Eu verifico com alegria que a Europa, e muitos dirigentes europeus, considera que é inaceitável aquele plano. Verifico com alegria que a Alta Representante [da União] europeia considera isso, que alguns políticos de vários países consideram isso", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à imprensa, no final de uma visita de Estado ao Mónaco.
O chefe de Estado precisou que vê "com alegria" a oposição da Europa ao plano de paz colocado sobre a mesa por Washington porque tal seria "deitar fora" posições defendidas ao longo dos mais de três anos de conflito e "seria um precedente gravíssimo".
"Não podemos deixar cair a Ucrânia, não podemos deixar transformar a Ucrânia, que foi invadida, em invasor, e não podemos de repente deitar fora aquilo que são posições defendidas durante três anos perante o povo ucraniano e perante o Estado ucraniano. Ninguém compreenderia, seria um precedente gravíssimo", declarou.
Questionado sobre se o plano de paz norte-americano constitui uma traição, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "não, não é traição", focando-se antes na posição da Europa.
"O que eu acho é que, da parte da Europa e da parte dos países europeus que desde sempre manifestaram a sua solidariedade, uma coisa é querer a paz, outra coisa é querer a paz à custa da rendição da Ucrânia", concluiu.
Já esta sexta-feira, também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, criticara a proposta apresentada pelos Estados Unidos para pôr fim à guerra na Ucrânia por ter sido feita sem ouvir previamente as autoridades de Kiev.
Esta proposta "deveria resultar de uma audição prévia da Ucrânia, que não foi feita. Isso é um aspeto que nós, obviamente, criticamos", disse o chefe da diplomacia portuguesa.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta sexta-feira que se recusa a trair a nação e anunciou que vai propor alternativas ao plano dos Estados Unidos para o conflito com a Rússia, que implica cedências territoriais a Moscovo.
"Apresentarei argumentos, persuadirei e proporei alternativas", disse o líder ucraniano numa declaração por vídeo à nação, na qual sublinhou que não trairá o seu país.
Volodymyr Zelensky avisou que este "é um dos momentos mais difíceis e de maior pressão" da história da Ucrânia, que se confronta com "escolhas muito difíceis" face à proposta de 28 pontos do homólogo norte-americano, Donald Trump, recebida na quinta-feira por Kiev.
"Ou perde a sua dignidade ou corre o risco de perder um aliado fundamental" declarou, referindo-se aos Estados Unidos, e acrescentando: "Ou 28 pontos difíceis ou um inverno extremamente complicado".
O plano da Casa Branca (presidência norte-americana) corresponde às principais exigências russas, ao prever que Kiev retire as suas tropas das áreas que ainda controla no Donbass, região no leste do país que inclui as províncias de Lugansk e Donetsk, uma substancial redução do seu efetivo militar e a renúncia à adesão da NATO, em troca de garantias de segurança para prevenir uma nova agressão russa.
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