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Rússia diz que notícias sobre Nord Stream são manobra de diversão

Edição de terça-feira do New York Times escreve que "existem provas que apontam para a intervenção" de um grupo pró ucraniano.

08 de março de 2023 às 11:30

O Kremlin rejeitou esta quarta-feira as notícias sobre a alegada atuação de um grupo "pró-ucraniano" na operação de sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no ano passado, afirmando que "são uma manobra de diversão".

Na terça-feira, o jornal New York Times publicou notícias sobre o suposto envolvimento de um "grupo pró-ucraniano" mas "sem a implicação do Presidente Volodymyr Zelensky".

Outras informações publicadas na terça-feira na Alemanha referem que "os procuradores alemães" encontraram evidências do alegado envolvimento de ucranianos nas explosões que atingiram os gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha, em 2022.   

Segundo as estações públicas alemãs ARD e SWR e a publicação dos investigadores alemães identificaram uma embarcação que terá sido usada no transporte pelo Mar Báltico de seis pessoas, equipamento de mergulho e explosivos no Mar Báltico no princípio do mês de setembro do ano passado.  

"É evidente que os autores do ataque querem desviar as atenções. É evidente que se trata de uma manobra mediática coordenada", disse esta quarta-feira o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, citado pela agência russa Ria Novosti. 

"Este caso não é apenas um caso estranho. Parece um crime monstruoso", disse Peskov, apelando à realização de um "inquérito transparente" e urgente. 

Peskov reiterou que a Rússia participará num eventual inquérito internacional sobre a sabotagem contra os dois gasodutos construídos para abastecer a Europa com gás da Rússia. "Nós (Rússia) ainda não fomos autorizados a participar no inquérito. Só recentemente recebemos informações sobre o assunto por parte da Dinamarca e da Suécia", acrescentou o porta-voz. 

Entretanto, o Ministério da Defesa de Kiev reiterou esta quarta-feira que a Ucrânia "não está implicada" na sabotagem dos gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, em setembro de 2022, reagindo às notícias sobre o alegado envolvimento de um "grupo pró ucraniano".

"Isto não ficou a dever-se às nossas ações", disse Olekii Reznikov, questionado à margem de uma reunião europeia que decorre esta quarta-feira na capital da Suécia.

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, que também se encontra em Estocolmo, disse que "acompanha as notícias com grande interesse" mas alertou que não se podem "tirar conclusões precipitadas".  

As notícias publicadas pelos órgãos de comunicação social alemães na terça-feira referem ainda que as cargas explosivas foram colocadas nos gasodutos e que a embarcação usada terá sido alugada a uma empresa na Polónia que pertencerá a dois cidadãos ucranianos. 

A notícia da estação alemão ARD indica que a colocação dos explosivos foi, supostamente, levada a cabo por uma equipa de seis pessoas: um capitão, dois mergulhadores, dois assistentes e uma médica cujas nacionalidades não "foram esclarecidas" porque os passaportes para o aluguer do iate "eram falsos". 

As fontes da ARD dizem que a equipa zarpou do porto alemão de Rostok no dia 06 de setembro sendo que a embarcação foi localizada um dia depois na Península de Darss e mais tarde ao largo da ilha dinamarquesa de Christianso.  

Numa das mesas do iate - que foi devolvido à empresa de aluguer sem ser limpo - os investigadores encontraram vestígios de explosivos. 

Por outro lado, a edição de terça-feira do New York Times citando fontes dos serviços de informações norte-americanos escreve que "existem provas que apontam para a intervenção" de um grupo pró ucraniano.

Ao mesmo tempo as mesmas fontes dizem que "não há indícios de que o Governo de Kiev" estivesse ao corrente da suposta operação de sabotagem. 

Num artigo publicado recentemente, o jornalista de investigação norte-americano Seymour Hersh referia que mergulhadores da Marinha de Guerra dos Estados Unidos, apoiados pela Noruega, colocaram em junho de 2022 as cargas explosivas nos gasodutos Nord Stream que foram acionadas três meses depois. 

Na altura, os Estados Unidos disseram que as informações recolhidas por Hersh eram "totalmente falsas". 

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