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Correio da Manhã

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Um ano de crimes sem castigo em Bucha

Zelensky pretende que comunidade internacional classifique ação como “genocídio”.
Alfredo Leite(alfredoleite@cmjornal.pt) 1 de Abril de 2023 às 01:30
Rua Yablounska de Bucha tornou-se símbolo da barbárie russa na Ucrânia
Imagens mostram horrores cometidos por tropas russas
Rua Yablounska de Bucha tornou-se símbolo da barbárie russa na Ucrânia
Imagens mostram horrores cometidos por tropas russas
Rua Yablounska de Bucha tornou-se símbolo da barbárie russa na Ucrânia
Imagens mostram horrores cometidos por tropas russas
Quando os russos ocuparam Bucha e Irpin, pacatas localidades rurais dos arredores de Kiev, o Mundo estava longe de imaginar a barbárie que as tropas invasoras ali acabariam por cometer contra civis. Na fuga apressada, após a fracassada tomada de Kiev – fez esta sexta-feira um ano -, os militares russos mataram pelo menos 400 moradores de Bucha e mais de 1000 na região. Muitos foram obrigados a abrir as valas comuns onde acabariam por ser enterrados. Houve homens e mulheres assassinados e abandonados na rua Yablounska, símbolo das maiores atrocidades cometidas desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado.

"Nunca perdoaremos", disse esta sexta-feira o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao referir-se à trágica efeméride. Por diversas vezes, a primeira das quais na visita que fez em março do ano passado a Bucha, Zelensky classificou de "crimes de guerra" a ação das tropas de Vladimir Putin e defendeu que tais atos deveriam ser "reconhecidos pelo Mundo como genocídio". Parte dos corpos descobertos nas ruas de Bucha tinham as mãos amarradas atrás das costas e outras atrocidades acabariam por ser desvendadas por investigações jornalísticas (ver caixa). "É muito duro ver a brutalidade que se percebe que aconteceu sobre as populações civis", disse o primeiro-ministro, António Costa, durante a visita que efetuou, em maio de 2022, a Irpin, cidade vizinha de Bucha.

Desde os massacres, foram muitos os meios forenses alocados pelo Governo ucraniano e por muitos dos aliados europeus de Kiev à investigação destes casos que implicaram a exumação de muitos cadáveres não só em Bucha, mas também noutros locais de terror como Izium e Kherson, na região Leste. Apesar das investigações do Tribunal Penal Internacional e da Organização das Nações Unidas, Bucha permanece um crime por castigar.

Investigação jornalística desvenda autoria dos massacres
Uma investigação, realizada com suporte multimédia, feita pelo jornal norte-americano ‘The New York Times’ revelou que os militares responsáveis pelas atrocidades cometidas em Bucha pertencem ao 234.º Regimento de Paraquedistas de Moscovo. O trabalho, baseado em conteúdos de vídeo, complementou outra investigação, da revista alemã ‘Der Spiegel’, que dava conta de comunicações militares russos, intercetadas por espiões de Berlim, que sustentava a autoria russa dos massacres.
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